O PSD de São Brás de Alportel entregou no parlamento uma petição “Pela Salvação do Centro de Medicina e Reabilitação do Sul”, que exige uma definição “urgente” do modelo de gestão a implementar na unidade, anunciou o partido.
Desde que, em 2013, o contrato de concessão a um privado terminou e não foi renovado por falta de visto do Tribunal de Contas, a unidade de saúde algarvia tem sido gerida pela Administração Regional de Saúde (ARS) da região, opção que a petição apresentada na Assembleia da República e subscrita por 2.000 pessoas critica, por considerar que não estão a ser asseguradas as “reais necessidades” do Centro de Medicina Física e Reabilitação (CMR) do Sul.
O centro de São Brás de Alportel é a única unidade do Serviço Nacional de Saúde especializada em medicina física e de reabilitação a sul do Tejo e a petição qualifica-a como “vital” para a saúde em São Brás de Alportel e no Algarve” por prestar um “serviço de excelência reconhecido por quem o frequenta” e “por entidades independentes especializadas, como a Entidade Reguladora da Saúde ou o Tribunal de Contas”.
“Tem salvado milhares de pessoas, às quais devolve a esperança no futuro. Tem feito muito pela saúde e pelas populações. Por outro lado, emprega dezenas de pessoas e, por isso, é também um importante pólo dinamizador da economia local”, destaca ainda a petição.
O “impasse” na gestão da unidade de saúde “coloca em risco a qualidade do serviço e a sua sobrevivência” e faz com que se assista à “falta de pessoal técnico”, à “obsolescência dos equipamentos”, a um “ambulatório perto do encerramento – não aceitando novos doentes – e a uma parte das camas fechadas, enquanto a lista de espera aumenta”, consideram ainda os signatários da petição.
“Neste momento, a instituição é gerida pela Administração Regional de Saúde, modelo de gestão que todos sabem inapropriado e lesivo. Por isso, foi anunciado pelo Governo que em Março se iria lançar uma concessão a privados. Três meses depois o Governo garantiu que o CMR SUL não voltará ao modelo de Parceria Público Privada (PPP), mas não avançou concretamente com qual o modelo que seria adoptado”, apontou o PSD de São Brás de Alportel.
A mesma fonte acrescentou que o executivo “assumiu que ou iria criar uma Entidade Pública Empresarial (EPE) ou integraria o CMR no Centro Hospital do Algarve” e classificou esta última solução como “inaceitável”, porque a falta de autonomia “significaria a sua dissolução” e “transformar-se-ia num apêndice do Hospital de Faro”.
Por isso, o PSD de São Brás de Alportel considera ser “urgente” encontrar uma solução para o CMR do Sul, “devendo o modelo de gestão a adoptar garantir a autonomia da gestão clínica, administrativa e financeira”.