O ministro das Infraestruturas disse esta quinta-feira que “Portugal está longe de poder afirmar que tem uma das melhores redes ferroviárias da Europa” mas garantiu que “a ferrovia foi desde o início uma prioridade indiscutível da ação deste governo”.
Pedro Nuno Santos deu o pontapé de saída no lançamento do projeto ConnectingEurope Express, que vai levar a discussão da importância do transporte ferroviário a vários países da Europa. Coube-lhe fazer a abertura da conferência que marca o arranque dos trabalhos e que tem como ponto alto a saída de um comboio de Lisboa para Madrid, pelas 16h, naquela que é a primeira de várias viagens pela Europa, que terminam a 7 de outubro em Paris.
“As nossas cidades terão de se libertar da dependência do automóvel que construíram ao longo da segunda metade do século XX”, disse o ministro, manifestando-se convicto de que “o comboio estará no centro do sistema de mobilidade que nos libertará do automóvel”.
Pedro Nuno Santos lembrou os investimentos em curso na ferrovia, referindo que “após décadas de desinvestimento esta recuperação permitiu-nos voltar a prestar aos passageiros um serviço em que podem confiar”.
“Temos em curso obras de modernização em todos os principais corredores da nossa rede ferroviária. Temos bastante avançadas as obras de construção do maior troço de nova linha ferra em muitas décadas, Évora-Elvas, que é uma peça chave na criação de uma ligação rápida entre Lisboa e Madrid”, afirmou.
Além disso, “na próxima década Portugal tem três grandes prioridades para o desenvolvimento da sua rede ferroviária: concluir e eletrificação e modernização de toda a rede, resolver as limitações à capacidade das áreas metropolitanas e criar um eixo de alta velocidade entre Porto e Lisboa estendendo-o depois para norte para a Galiza”.
Nesta estratégia o grande destaque vai para a nova linha entre Lisboa e Porto, que permitirá que as duas áreas metropolitanas fiquem ligadas “em pouco mais de uma hora”. “Isto representa uma revolução nos padrões de mobilidade e no tipo de relações profissionais, pessoais, familiares. É uma mudança muito importante na estrutura do território português e na forma como as duas áreas metropolitanas se vão relacionar”, disse Pedro Nuno Santos.
O ministro voltou também a deixar claro que esta nova linha não pretende só beneficiar o litoral do país: “os benefícios estendem-se ao resto do país através da redução dos tempos de viagem em que se poderá fazer as ligações a outras regiões como a Beira Alta ou o Alentejo”.
“Conseguiremos encolher o país de uma forma que só tem precedentes quando em 1864 a primeira linha entre Lisboa e Porto reduziu para 14 horas uma viagem que antes demorava 34 horas em carruagens puxadas por cavalos”.
Pedro Nuno Santos destacou por fim o Plano Ferroviário Nacional, que está a ser elaborado e que “irá estabelecer a rede e os serviços ferroviários de que o país precisa para lá de 2030, perceber o quão longe podemos ir na transferência modal para a ferrovia e o que é preciso fazer para lá chegar”.
“Dotar o país de um instrumento de planeamento de longo prazo para a ferrovia é um contributo indispensável para tentar garantir que o impulso que estamos a dar não se esgota em futuros ciclos políticos”, disse também.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso