Vitorino Silva, popularmente conhecido por Tino de Rans, não é novo nestas andanças. Em 1993 foi eleito presidente da Junta de Freguesia de Rans, Penafiel e em 2021 foi repetente nas presidenciais, só nunca se apresentou a eleições europeias.
Ainda assim, as eleições de 30 de janeiro são apenas a segunda vez que o partido que lidera desde 2019 entra na corrida ao parlamento e, por isso, apesar de não ser um estreante, é a palavra “frescura” que Vitorino escolhe para descrever o RIR.
“Acredito que é possível frescura na política e é o que o RIR representa”, resumiu em entrevista à agência Lusa, admitindo que está confiante num bom resultado, que seria a eleição de pelo menos um deputado.
O cenário que levou à realização destas eleições, convocadas antecipadamente pelo Presidente da República na sequência do chumbo do Orçamento do Estado para 2022, não é o que desejava e Vitorino Silva lamenta que assim tenha sido.
Comentando a crise política, o presidente do RIR e candidato pelo Porto diz que sempre viu instabilidade na chamada “Geringonça” e na hora de apontar responsáveis nomeia em particular os líderes do BE e do PCP, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa.
“Porque é que eles não tiveram coragem de ser ministros? Quiseram estar ali, mas não queriam ter muito trabalho e por isso é que isto caiu”, avalia.
Perante essa instabilidade, Vitorino Silva, que fala em dois grandes blocos partidários, assume o compromisso de ser a ponte entre a esquerda e a direita na Assembleia da República e de ser uma força para “desbloquear Portugal”, usando até a sua profissão como metáfora.
“O Tino, que é um calceteiro, faz caminhos. Eu faço caminho para os outros, mas também posso caminhar nos caminhos que faço. Os caminhos que eu faço são caminhos seguros e tenha a certeza de que a caminhada final é no dia 30 entrarmos no parlamento”, afirmou.
Insistindo ainda na ideia, Vitorino Silva pediu também que o próximo Governo, independentemente do partido que o lidere, “trate Portugal como um todo e olhe para o pé direito e para o pé esquerdo da mesma forma” para que o país deixe de ser “governado ao pé-coxinho”.
Quanto às prioridades do seu programa eleitoral, o líder do RIR falou apenas da necessidade de “fiscalizar bem”, defendo que passa por aí a resolução de problemas como a corrupção e para acabar com aquilo a que chama de “chico-espertismo”.
Na mesma entrevista, Vitorino Silva comentou também a gestão da pandemia da covid-19, criticando em particular a organização das eleições legislativas que, em seu entender, não deveriam realizar-se nesta altura, algo que também já tinha defendido há um ano quanto às presidenciais de 24 de janeiro de 2021.
“A pandemia não foi da outra vez embora, como agora também não foi. Os políticos estão distraídos, não aprendem com os erros”, criticou, considerando que esses erros poderiam ter sido agora corrigidos e sugerindo que o voto eletrónico seria uma solução.
As eleições legislativas de 2022 são as segundas a que o RIR concorre, tendo, em 2019, na altura estreante, obtido 0,67% dos votos (35.359).