Ao todo, concorrem 16 forças políticas pelo círculo eleitoral do distrito de Faro e a quem o POSTAL pediu para responderem a quatro perguntas de forma sintética.
1 – Que balanço das realizações positivas e/ou negativas faz desta legislatura?
Esta legislatura foi atípica e não nos podemos afastar dessa realidade, a covid-19 acabou por marcar a sociedade e, naturalmente, a política. Nos últimos anos não desempenhei nenhum cargo político e, por isso, a análise que faço é, acima de tudo, enquanto cidadão interessado pela vida pública e pelo futuro do meu próprio país. A legislatura, ainda assim, foi marcada, de forma positiva, por um conjunto de anúncios muito importantes para o Algarve, desde logo a oportunidade que o Plano de Recuperação e Resiliência representa para a região ao contemplar 300 milhões de euros para o desenvolvimento regional. Houve também anúncios que visam o investimento em recursos hídricos de forma a combater os problemas da falta de água. Foi também anunciada a requalificação da EN125 e o suposto anúncio do calendário para a construção do Hospital Central do Algarve e de um conjunto de medidas para reduzir as listas de espera na saúde. Mas o problema é que os anúncios não passaram disso mesmo, anúncios, nenhuma destas promessas se concretizou. O Algarve não tem sequer um sinal positivo do Governo. Não só as obras da EN125 não avançaram em toda a sua extensão, como não houve a prometida redução real de 50% das portagens na A22, não há sinal do PRR na região, nem do Hospital Central do Algarve. E no que respeita à saúde, as filas de espera continuam infindáveis e o número de cidadãos sem médico de família tem vindo a registar um aumento de ano para ano. Só entre 2020 e 2021 houve um aumento de quase 25%.
2 – Quais os problemas e necessidades com que se defronta o Algarve que deveriam ter tido uma resposta adequada e não tiveram?
É inaceitável que numa região como a nossa, com um contributo importante para a imagem e geração de riqueza de Portugal, existam tantas dificuldades das pessoas em aceder aos serviços de saúde. O que é certo é que nestes últimos 26 anos, 19 foram governados pelo PS e cada vez mais quem não tem dinheiro não têm acesso à saúde com dignidade. Depois, é ainda inaceitável que o melhor destino de praia de 2020 tenha sua principal infraestrutura de atravessamento e de distribuição de tráfego entre as principais áreas turísticas da região, a EN125, completamente degradada. O Algarve precisa de um programa sério, com propostas sérias e com financiamento realmente assegurado para estimular a diversificação da base económica. A dependência, de cerca de 60% do produto gerado pelo turismo, é absolutamente excessiva e faz-nos andar com o coração nas mãos, pois a economia regional está muito exposta. Temos de a tornar mais resiliente e diminuir a sua dependência do setor turístico.
3 – Indique sucintamente cinco das principais propostas do seu partido/coligação para o Algarve nos próximos quatro anos.
As principais propostas:
- • Garantir uma rede de transportes públicos que chegue ao Aeroporto de Faro e ainda a requalificação da EN125 no troço entre Olhão e Vila Real de Santo António;
- • Garantir uma rede de transportes públicos que chegue ao Aeroporto de Faro e ainda a requalificação da EN125 no troço entre Olhão e Vila Real de Santo António
- • Promover a diversificação da base económica da região;
- • Criação de uma estratégia regional de habitação de forma a resolver os problemas de acesso à habitação;
- • Criação de um instrumento de financiamento que permita melhorar as telecomunicações nesta zona do Algarve.
Estamos, porém, absolutamente convictos de que só é possível garantir a implementação destes pontos se conseguirmos garantir as condições para implementar o processo de regionalização.
4 – Quais são as suas expectativas para estas eleições e quantos deputados pensa o seu partido eleger no Algarve?
Queremos, naturalmente, melhorar o resultado de 2019 e, sobretudo, fazer passar a mensagem de que nós, Algarvios, temos de impedir que se continue a promover uma política de ilusões e de falsas promessas. Temos de pensar no dia-a-dia e nas dificuldades que temos de mobilidade, de acesso à saúde. Queremos assegurar que o Algarve e os algarvios estão presentes, com força, na Assembleia da República. Este é o nosso propósito e esperamos que as pessoas reconheçam esta mensagem no dia das eleições.