David Dinis
Catarina Martins – 6
João Cotrim de Figueiredo – 5
Teria sido um empate perfeito entre dois candidatos que defendem, legitimamente e de forma convicta, dois modelos de sociedade opostos. Catarina e Cotrim discutiram impostos, saúde, educaçao. Foram civilizados, o que é sempre de anotar. E apanharam várias fragilidades do oponente, mostrando como a possibilidade de viver numa ilha ideológica tem tanto de interessante como de fragilidade. Mas Cotrim foi um pouco menos do que isso quando o tema foi a pandemia: aí não há ilha que se aguente.
Daniel Oliveira
Catarina Martins 8
João Cotrim de Figueiredo 6
Um debate morno, como interessava aos dois. Os eleitores que disputam, que são jovens, não vêem televisão. Os que vêem, mais velhos, estão nos antípodas uns dos outros. Quis o destino que André Ventura e João Cotrim de Figueiredo defendessem, com uma hora de diferença, a taxa única de IRS. Verdade seja dita, a proposta é da IL e o Chega só a vai copiando. Mas duvido que haja proposta mais impopular. Mais, só ser contra o Salário Mínimo Nacional. A posição de Cotrim sobre o SNS é mais fácil, pelo estado de exaustão em que hoje se encontra. Catarina Martins conseguiu defender bem a sua posição, com bons exemplos comparativos. Mas não foi suficientemente enfática nas críticas que até feito ao governo sobre este tema. Na educação, Catarina Martins foi ao ataque na proposta absurda da IL para a as universidades. Cotrim respondeu com economia e impostos, tentando apanhar com isso recuperar os jovens que ficariam endividados com a sua proposta. Catarina Martins centrou-se excessivamente nas propostas da IL, Coutrim de Figueiredo tem tido prestações mais fracas do que é costume. Fora do que se esperava, Catarina Martins apostou em duas linhas de ataque: a IL não ter programa (exagerou na repetição) e a posição da IL sobre as medidas restritivas na pandemia. Coutrim defendeu-se bem, falando do Estado de Emergência. Mas o arraial em Lisboa tramou-o, que exibiu bem a linha libertária irresponsável durante a pandemia. O debate foi civilizado, com qualidade, não se perdeu ou ganhou qualquer voto. Mas ganharam os dois credibilidade. Só que o BE falou para mais gente.
João Silvestre
Catarina Martins – 7
João Cotrim Figueiredo – 6
Debate algo equilibrado onde, apesar das enormes diferenças ideológicas, havia votos em disputa. O perfil sócio-económico de muitos votantes no Bloco de Esquerda e da Iniciativa Liberal é semelhante. Nos jovens, principalmente. Catarina Martins conseguiu algum ascendente no tema da pandemia – ao recordar o arraial da IL -, na taxa plana de IRS e na liberdade de escolha na educação. Cotrim Figueiredo, sempre mais à defesa, nem sempre conseguiu explicar de forma convincente as suas posições. Marcou pontos no tema da saúde e do SNS.
Filipe Garcia
Catarina Martins – 4
Cotrim Figueiredo – 6
Seja pela defesa na liberdade nos costumes ou pelo discurso irreverente, Bloco de Esquerda e Iniciativa Liberal serão os dois partidos que mais apelam ao jovens eleitores. E, hoje na SIC, o discurso de Catarina Martins soou a velho. Faltaram ideias, faltou energia, falhou a capacidade de apanhar o adversário fora de pé. Sem que o tom subisse ou o nível baixasse, com duas propostas de sociedade diametralmente opostas em cima da mesa, Cotrim defendeu-se da imagem de radical que a líder bloquista lhe tentou colar e até se desviou da maioria dos ataques com eficácia e a deixar o desconforto do lado oposto da mesa. Num debate em que ninguém tentou roubar eleitorado ao adversário do momento, uma vitória liberal.