José Gusmão, cabeça de lista do Bloco de Esquerda pelo Algarve nas Eleições Legislativa, manifestou-se este domingo contra a construção de uma lixeira no sítio dos Matos da Picota, em Loulé.
O candidato do Bloco de Esquerda afirmou que “os terrenos escolhidos não oferecem quaisquer garantias do ponto de vista da proteção das populações, encontrando-se mesmo a cerca de 100 metros de casas de habitação, nem do ponto de vista da proteção dos aquíferos da zona, uma vez que os terrenos em causa são altamente permeáveis e um ponto de recarga do aquífero da zona”.
O candidato do Bloco de Esquerda encontrou-se com ativistas da Associação de Moradores e Amigos da Picota de Loulé e começou por se pronunciar contra o processo. Em primeiro lugar, “a forma como a empresa, na sua candidatura, apresentou uma capacidade de 49 toneladas ligeiramente abaixo do limite mínimo legal para a obrigatoriedade de uma Avaliação de Impacto Ambiental (50 toneladas), numa descarada tentativa de contornar a consideração dos elevados riscos ambientais envolvidos”.
Por outro lado, “não houve, nem por parte da APA, nem por parte da tutela, o mais pequeno esforço de envolvimento da comunidade local, nem ao nível da informação, nem ao nível da participação, tendo todo o processo sido conduzido no mais absoluto secretismo. Foi apenas graças à Associação de Moradores que o processo se tornou conhecido e foi pela intervenção do deputado municipal do Bloco de Esquerda, Carlos Martins, que a matéria foi levada a Assembleia Municipal, que se pronunciou por unanimidade a favor da suspensão do PDM, com o objetivo de travar o processo”.
José Gusmão chamou a atenção para “a profunda assimetria que existe na distribuição destes equipamentos. É invariavelmente nas localidades com populações mais desfavorecidas que estes equipamentos são concentrados, em completa contradição com a evolução em todos os restantes serviços públicos, uma política que desertifica o território e condena os que têm de ficar a uma cada vez maior degradação da qualidade de vida”.
O candidato do Bloco recordou que o “concelho de Loulé já tem um aterro sanitário que foi, aliás, ilegalmente ampliado. José Gusmão reiterou que os impactos destes negócios, porque é disso que se trata, têm de ser justamente distribuídos pelo país, com garantias ambientais e sociais que o projeto em causa não tem condições para assegurar naquela localização”.
José Gusmão congratulou-se com “a decisão de parar o processo, até à elaboração de uma Avaliação de Impacto Ambiental, que se deseja verdadeiramente independente”.
O candidato do Bloco de Esquerda apelou no entanto aos moradores que “não desmobilizassem até que o processo seja definitivamente inviabilizado”.
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