José Gusmão, economista e atual eurodeputado, encabeça a lista pelo círculo eleitoral do Faro, entregue esta sexta-feira no Tribunal de Faro. A candidatura do Bloco de Esquerda pelo círculo eleitoral de Faro incluirá seis candidatos independentes, “ativistas de várias causas, percursos e competências”.
José Gusmão afirmou no ato de entrega da lista que a candidatura pretende “promover um esforço de abertura que ajude a dar resposta às inúmeras questões que preocupam a nossa população e construir uma região em que os algarvios possam viver com toda a qualidade durante todo o ano”. O eurodeputado candidato pelo Algarve sublinhou a gravidade da emergência da água, considerando que “é preciso olhar para o modelo insustentável da economia do Algarve, em vez de castigar as famílias pelas consequências desse modelo.” O candidato bloquista rejeitou quaisquer aumentos de preços na água para consumo doméstico e desafiou todos os partidos a tomar posição sobre essa matéria, lamentando que PS e PSD já o tenham apoiado.
António Branco, independente e Mandatário da candidatura, afirmou que “a abertura a independentes de vários ativismos faz da lista um Bloco de muitas esquerdas”. O mandatário afirmou que “o contexto em que se realizam faz destas eleições um momento particularmente importante para a região e para a democracia.” António Branco concluiu, formulando o objetivo da candidatura para estas eleições: “Espero que este ato de entrega da lista desemboque, no dia 10 de março, na eleição de José Gusmão para o parlamento, assim confirmando a tendência indicada pela maior parte dos estudos de opinião, porque esse deputado faz muita falta ao Algarve e ao país.”
Guadalupe Simões, enfermeira, independente e n.º 2 da lista, falou da situação de “desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde, quer ao nível dos profissionais, quer ao nível dos equipamentos” e afirmou ser necessário “voltar a sentar o Algarve na Assembleia da República”. José Gusmão é essa voz também para apelar que nestas eleições se “cuide do SNS para o SNS cuidar de nós”.
Sandra Moutinho, professora e n.º 3 da lista, falou da situação da falta de democracia na escola pública e da enorme carência de profissionais, “desde professores a assistentes operacionais, passando pelos técnicos especializados”. A candidata do Bloco considera que “a desvalorização dos profissionais de educação, conjuga-se com o custo da habitação no Algarve e torna difícil a sua fixação nesta região. Defendeu: “uma escola pública que valorize quem lá trabalha, em que a dignidade e condições de trabalho dos seus profissionais seja uma prioridade e em que os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade”. Para a candidata do Bloco, “a escola pública é a única que diz presente às crianças de todos os contextos socioeconómicos, incluindo as crianças com necessidades educativas especiais”. Considera ainda que é fundamental o investimento social, nomeadamente “em redes públicas de creches e apoios aos idosos e nos centros de vida independente, para as pessoas com deficiência.”
Alexandre Santos, estudante e mandatário da candidatura para a juventude, alertou para a crise da habitação e para expressão “particularmente grave” que esta assume no Algarve. O mandatário da juventude do Bloco recordou que “a sazonalidade na oferta de casas para habitação soma-se à sazonalidade na oferta de emprego para tornar quase impossível construir uma vida no Algarve”. Alexandre Santos afirmou ainda que “a dificuldade em encontrar habitação afasta da região jovens qualificados que gostariam de construir aqui a sua vida”.
Com um programa de candidatura orientado em oito prioridades: habitação, água, saúde, escola pública, agricultura, ambiente, economia, mobilidade e regionalização.
O coletivo reunido na lista manifesta a urgência da esquerda socialista para a transformação da realidade com as classes trabalhadoras de forma a dar respostas claras e inequívocas do Algarve e dos Algarvios. O Bloco de Esquerda é a força que pode devolver uma representação política ao campo à esquerda do centrão.
COMPOSIÇÃO DA LISTA
1. José Gusmão, 47 anos, Economista e Deputado no Parlamento Europeu, Loulé
2. Guadalupe Simões (independente), 57, Enfermeira, Dirigente Sindical, Loulé
3. Sandra da Costa Moutinho, 46 anos, Investigadora/Professora Ativista pela habitação, Albufeira
4. Pedro Miguel Sousa Mota, 50 anos, Gestor Comercial, Portimão
5. João Afonso (independente), 55 anos, Professor e sindicalista, Albufeira
6. Stéphanie Marie Ringenbach Jordão (independente), 37 anos, Assistente Operacional, Lagoa
7. José António Sousa Moreira, 56 anos, Professor Universitário/Dirigente Sindical, Faro
8. Ana Isabel da Silva Ramos, 42 anos, Segurança/Delegada Sindical, Olhão
9. Diana Batista Brazão Lourenço (independente), 20 anos, Estudante Universitária de Sociologia, Faro
Suplentes:
1. Jo Rodrigues, 27 anos, Medicina: Clínica Geral, Lagos
2. Inês Silva Morgado (independente), 32 anos, Arquiteta Paisagista, Vila do Bispo
3. Jorge Manuel Ramos, 61 anos, Engenheiro de Telecomunicações, Lagoa
4. Marilú da Veiga Correia Batista Santana, 62 anos, Assistente Operacional, Portimão
5. Sebastião José Simão Pires(independente), 66 anos, Mediador Imobiliário, Vila Real de Santo António
O mandatário da Juventude é Alexandre Alves Santos, de 19 anos, é estudante universitário e residente no concelho de Loulé.
O Professor Universitário e Ex-Reitor da UALG, António Manuel da Costa Guedes Branco é o mandatário distrital, reside em Faro e tem 63 anos.
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