O Governo admitiu, em reunião de concertação social, manter o teletrabalho obrigatório em todo o território nacional por mais duas semanas. O objetivo é atenuar o aumento da mobilidade que decorrerá da reabertura das atividades económicas, com horários mais alargados. A decisão será discutida, esta quinta-feira, no Conselho de Ministros.
“Se é verdade que há algumas situações em teletrabalho que são vantajosas para a empresa e para o trabalhador, sem perda ou até com aumento de produtividade, há outras que não, e as coimas para quem não cumpre são pesadas, indo até 60 mil euros. O novo normal terá de ser feito entre o entendimento do trabalhador e empresa”, diz ao “Jornal de Negócios” o secretário-geral da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira.
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, considera “lógico que o teletrabalho se mantenha nos concelhos onde a situação for mais grave, mas nos outros não faz sentido”.
O secretário-geral da UGT, Sérgio Monte, defende o regresso ao regime por acordo, uma vez que “o teletrabalho obrigatório e excecional permitiu todos os tipos de arbitrariedades” e “trouxe ao de cima algumas lacunas na sua regulamentação”. Já Isabel Camarinha, da CGTP, considera que o trabalho à distância “não tem de ser obrigatório”, contudo, esclarece: “O Governo terá em consideração questões relativas à situação da epidemia, não somos especialistas nessa área. Quando decidir, naturalmente fundamentará”.
Para além do prolongamento da obrigatoriedade do teletrabalho, o Conselho de Ministros vai discutir a antecipação da quarta fase de desconfinamento para sábado, nomeadamente no que toca à limitação de horários ao fim de semana de comércio e serviços. O jornal “Público” avança ainda que as fronteiras entre Portugal e Espanha poderão abrir no sábado (dia 1 de maio), por despacho conjunto do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e da ministra da Saúde, Marta Temido.
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