A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmou hoje que o envelhecimento da população deve ser visto como “oportunidade de investimento na economia da sabedoria” e devem ser encontradas novas respostas para que seja “ativo e saudável”.
“Vejo aqui uma oportunidade para olhamos para o envelhecimento como uma oportunidade de investimento na economia da sabedoria, no fundo, transformarmos este desafio numa oportunidade de investimento económico, encontrando novas respostas na dimensão da saúde, social ou de novos serviços económicos e na atração de pessoas para trabalhar na área do envelhecimento ativo e saudável”, disse Ana Mendes Godinho à Lusa em Vilamoura, Loulé, no final de uma reunião que juntou pela primeira vez os quatro centros de referência do envelhecimento ativo e saudável do país – Porto4Ageing, Ageing@Coimbra, Lisboa AHA e Algarve Active Ageing.
Num país com “cerca de 22% da população com mais de 65 anos”, a pandemia demonstrou a necessidade de criar “novas respostas e novos equipamentos” que promovam a “autonomia das pessoas” nomeadamente através de “novas formas de teleassistência e apoio ao domicílio de uma forma mais integrada”, apontou a ministra.
No final da reunião – em que foram discutidas as respostas necessárias para uma população a envelhecer, adaptação de apoios sociais, relacionamento intergeracional, adaptação das habitações, acessibilidades e transportes, transformação digital e saúde e bem-estar – os centros apresentaram algumas conclusões à governante que passam pela criação de um “modelo para adaptação das habitações” que promova a autonomia, de um “observatório para o envelhecimento e soluções inovadoras” ou ainda um serviço de apoio domiciliário (SALVA 4.0 – serviço de apoio à longevidade e vida autónoma) que faça uso das “novas técnicas para acompanhar os idosos nas suas casas”.
Ana Mendes Godinho manifestou “orgulho pelo trabalho e criação da rede nacional” dos centros de referências, afirmando que passam a ser parceiros na “construção de uma estratégia nacional para o envelhecimento” e a sua “implementação” e para a “definição e mobilização” dos investimentos dedicados a novas respostas sociais e equipamentos sociais para o envelhecimento, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), onde estão identificados “cerca de 420 milhões de euros” para esta temática.
Nuno Marques, presidente do Algarve Biomedical Center (ABC), que integra o Algarve Active Ageing, revelou à Lusa que transmitiram à ministra as ideias em “traços gerais” nas quais irão “continuar a trabalhar” para preparar uma “proposta de plano” com medidas concretas a apresentar ao Governo para que possa tomar as decisões baseadas no “conhecimento científico atual”.