Depois de apoiar por duas vezes Rui Rio em sucessivas eleições diretas no PSD, primeiro contra Santana Lopes, depois contra Luis Montenegro, agora Francisco Pinto Balsemão decidiu não declarar o apoio ao atual líder na corrida interna do PSD – nem tornar público em quem votará a 27 de novembro. “Dou-me muito bem com os dois, acho que são ambos muitos válidos”, disse, elogiando na mesma medida Rio e Paulo Rangel.
O militante número 1 do PSD – e conselheiro de Estado – revelou-o esta sexta-feira na Antena1, no programa Geometria Variável, conduzido pela jornalista Maria Flor Pedroso, ao lado de Nuno Severiano Teixeira e Carlos Coelho, onde deixou um lamento sobre a ausência de debate entre os candidatos (Rui Rio excluiu-se de uma campanha interna esta semana) e para que se pudesse escolher um caminho clarificador social-democrata, ao centro, centro-esquerda: “Eu gostava que esse debate acontecesse, que não se perdesse tempo só em formalidades”.
Quanto a entendimentos futuros do PSD, Balsemão não exclui que se façam depois das legislativas com o PS, nem com a Iniciativa Liberal e com o CDS para governar. De fora deixa o Chega e, claro, os partidos mais à esquerda: “[Escolho] o PSD com o programa social-democrata, e depois os outros partidos logo que vê com quem nos entendemos. Não vejo que o Chega seja uma boa escolha, por razões óbvias, mas daqueles que estão mais perto vejo o PS e a Iniciativa Liberal e CDS. Digo por esta ordem porque temo que o CDS fique em lugar inferior na votação”, alerta o fundador do PPD/PSD.
Mesmo assim, apesar de considerar que vivemos numa sociedade “sem censura e com liberdade de expressão, até de criação de novos partidos” como o Chega, o fundador do PSD acredita que ajuda a democracia ter os extremos “dentro e não fora”.
Nesta conversa, na Antena 1, Francisco Pinto Balsemão diz ainda que “nesta crise em concreto”, não tem nada a criticar na atuação do Presidente da República agiu bem. Só não responde à pergunta sobre se confia em Marcelo: “Não vou responder como é evidente”.
– Notícia do Expresso, jornal parceiro do POSTAL