O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou esta domingo que Portugal tem de continuar a apostar no setor do turismo, mas deve evitar ficar dependente de um só mercado, como o do Reino Unido, apostando na diversificação da oferta. “Esta crise [pandémica] demonstrou bem a fragilidade de alguns dos setores económicos mais robustos, mais promissores e que foram áreas de especialização natural em muitas regiões. É o caso do turismo”, disse.
E reforçou: “Isso significa que nós, cada vez mais para o futuro, não podemos depender tanto e só de um setor económico, temos de ter a capacidade de desenvolver e de ativar outros setores económicos, porque novas crises podem surgir e não podemos estar tão fragilizados perante essas crises como estivemos desta vez.”
O secretário-geral socialista, que é também primeiro-ministro, falava, no Funchal, perante militantes e autarcas socialistas, na apresentação da moção de orientação política, que leva ao Congresso do PS, nos dias 10 e 11 de julho, intitulada ‘Recuperar Portugal, garantir o Futuro’.
“Não quer dizer que não tenhamos de lutar e continuar a lutar para fortalecer e apoiar setores como o do turismo”, declarou, realçando, no entanto, a necessidade de apostar na “diversificação da oferta turística” em cada uma das regiões.
António Costa sublinhou a importância do mercado britânico para Portugal, vincando que deve continuar ativo, mas disse que o país tem de procurar novos mercados emissores para além dos tradicionais. “É tempo também de, cada vez mais, olharmos para outros mercados, para não ficarmos só dependentes de um só mercado”, afirmou, reforçando: “Essa dependência é uma fragilidade.”
O secretário-geral do PS afirmou, por outro lado, que existem muitas áreas nas quais o país deve investir para diversificar a base económica e garantiu que a sua moção de orientação política aponta nesse sentido e tem em conta quatro desafios estratégicos: a demografia, as alterações climáticas, a transição digital e o combate às desigualdades.
António Costa destacou também o oceano como uma “riqueza enorme que o país tem”. “É 80% do nosso território, graças à profundidade atlântica que os Açores e a Madeira nos proporcionam, e não podem continuar a ser os grandes esquecidos do nosso processo de desenvolvimento”, disse. E reforçou: “Pelo contrário, têm de ser um dos grandes ativos do nosso processo de desenvolvimento.”