Várias centenas de pessoas desfilaram esta quinta-feira pelas ruas de Faro, no tradicional desfile do 25 de Abril (marcha da liberdade), para assinalar os 50 anos da revolução que pôs fim a 48 anos de ditadura em Portugal.
A concentração iniciou-se pelas 16:00 no Jardim Manuel Bívar, tendo o desfile percorrido várias artérias da cidade, durante cerca de 40 minutos, terminando no Largo Catarina Eufémia, com os participantes a empunharem cartazes e cravos vermelhos e a entoarem palavras de ordem.
“Liberdade Sempre”, “Abril é mais futuro” e “Parar a guerra, oportunidade à paz” podia ler-se nalguns cartazes ao mesmo tempo que eram entoadas palavras de ordem como: “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais”, “Paz sim, guerra não” e “o povo unido jamais será vencido”.
Na marcha da liberdade, organizada pela União dos Sindicatos do Algarve/CGTP-IN (USAL), participaram vários sindicatos e dirigentes regionais que pretenderam assinalar o cinquentenário do 25 de Abril.
Em declarações à Lusa, a coordenadora da USAL, Catarina Marques, realçou a importância de comemorar a data, “não só para afirmar os valores de Abril, que permitiu o acesso à habitação, à saúde, ao aumento dos salários e à melhoria de vida para todos, como para defender essas conquistas e todos estes avanços”.
“Sem a defesa destes valores conquistados em 25 de Abril de 1974 e consagrados na Constituição em 1976, não conseguimos o progresso, o desenvolvimento e a melhoria das condições de vida e de trabalho para todos”, realçou.
Catarina Marques adiantou que, embora tenham sido feitas várias conquistas, “ainda falta cumprir muita coisa”, nomeadamente no Algarve, “uma das regiões mais pobres e com mais exclusão social”.
“As questões da valorização salarial e das pensões são importantíssimas para as pessoas poderem ter uma vida digna, como é importante o investimento no Serviço Nacional de Saúde, na escola pública e na Segurança Social, que são conquistas e valores que temos de continuar a defender e a afirmá-los”, sublinhou.
As comemorações dos 50 anos do 25 de Abril na capital algarvia terminam com intervenções de dirigentes partidários e sindicais do Algarve.
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