No Algarve um grupo de professores e de outros profissionais de educação foram coagidos à entrada do estádio de futebol de Portimão apenas porque vestiam blusas com mensagens alusivas à luta pela escola pública, refere em comunicado o Bloco de Esquerda.
Segundo os bloquistas, “estes factos ocorreram no passado domingo em Portimão, quando um grupo que se deslocou ao estádio do Portimonense, para apoiar o treinador que se solidarizou com a luta pela escola pública”. O grupo, constituído por professores, assistentes operacionais, assistentes técnicos, entre outros, “foi impedido de entrar no estádio com camisolas com frases alusivas à sua luta, tendo sido obrigado a colocá-las do avesso”. Como se não bastasse, “uma vez dentro do estádio, foram expulsos sem razão atendível, apesar de terem bilhete”.
O Bloco de Esquerda considera “esta situação inaceitável e exige que se apurem responsabilidades. O protesto no espaço público é legítimo e protegido pela lei e pela Constituição. As instruções dadas às forças de segurança, independentemente da sua origem, que tem de ser apurada,
demonstram um absoluto desprezo pelo direito à livre manifestação e pela liberdade de expressão, e revelam tiques ditatoriais”.
O Bloco exige que “a Presidente da Câmara esclareça, com caráter de urgência, qual foi a entidade que deu à PSP instruções para atuar da forma como atuou”.
“Os professores que se engajam nesta luta merecem todo o nosso respeito e apoio. e a expulsão dos professores do estádio é mais um exemplo do caminho necessário para garantir uma educação pública de qualidade para todos os portugueses”, conclui o Bloco de Esquerda.