O líder do Chega, André Ventura, afirmou no sábado que se um partido com cinco anos conseguiu vencer no Algarve e “quebrar o bipartidarismo”, também é possível no futuro vencer a nível nacional.
André Ventura fez estas declarações num jantar comício realizado em Boliqueime, no concelho de Loulé, que contou com cerca de 150 apoiantes e durante o qual agradeceu a vitória do Chega nas eleições legislativas no Algarve.
“Foi aqui nesta terra [Algarve] que nós ganhámos e eu achei que era simbólico, porque um dia eu quero – eu ou o Chega – ganhar em todo o país, e acho que devemos cultivar os momentos em que vencemos”, disse André Ventura aos comensais, enaltecendo a vitória do partido no distrito de Faro.
André Ventura considerou que teve “uma derrota” ao não vencer as eleições a nível nacional, mas frisou que “vencer no distrito inteiro não é a minha vitória nem a vitória porque lutei enquanto presidente do partido, mas é uma grande vitória para a história e eu agradeço-vos a todos por esta vitória”, disse Ventura aos militantes e dirigentes da região algarvia.
André Ventura disse “não aceitar viver num país em que se diga que PS e PSD têm de governar sempre e é impossível um dia o Chega Governar”.
“Acredito que comigo ou não comigo, um dia vamos vencer as eleições legislativa em Portugal”, afirmou.
André Ventura criticou também o novo Governo do PSD por causa da imigração, dizendo que, antes de vencer as eleições, os social-democratas mostraram-se favoráveis a controlar as fronteiras e reverter a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, mas agora já fala no programa da Aliança Democrática (coligação entre PSD, CDS e PPM) da agência para as migrações.
“Sabemos bem que Portugal precisa de imigrantes, mas há uma coisa que sabemos, precisamos de uma polícia a controlar as nossas fronteiras, prometeram-nos que iríamos ter controlo das nossas fronteiras, mas não o fizeram, porque são fracos e frouxos na imigração, como nós nunca fomos e nunca seremos”, afirmou.
“Connosco não é não à corrupção! Não fazemos acordos com corruptos!”
O líder do Chega afirmou igualmente que não haverá acordos com o PSD de Miguel Albuquerque após as eleições na Região Autónoma da Madeira porque o partido tem “tolerância zero” para a corrupção.
“Todos sabem uma coisa, que nós não nos damos com corruptos”, afirmou o presidente do Chega.
André Ventura garantiu que, “independentemente do que diga Miguel Albuquerque”, líder do PSD da Madeira e candidato do partido às eleições para o parlamento regional, há “uma linha vermelha” que o Chega não passa.
“Seja quais forem as maiorias que forem dadas, e espero que o Chega cresça muito, não haverá connosco nenhum acordo na Região Autónoma da Madeira, porque nós temos tolerância zero para a corrupção”, assegurou.
O presidente da terceira força partidária mais votada nas últimas legislativas falou para os cerca de 150 participantes no jantar depois de, durante a tarde, ter participado, em Faro, na reunião do 17.º Conselho Nacional do partido.
No encontro do partido em Faro, os conselheiros nacionais eleitos na VI Convenção Nacional foram empossados e votaram favoravelmente as contas anuais do partido – orçamento para 2024 e contas do exercício de 2023 -, tendo feito também uma análise dos resultados eleitorais e da situação política geral.
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