Portugal tem enfrentado um flagelo que se repete ano após ano: os incêndios. Entre os ventos quentes e as paisagens secas, são os bombeiros que, incansavelmente, se colocam na linha da frente, defendendo vidas, casas e o património natural com uma coragem que merece ser celebrada e reconhecida.
Hoje, os protestos em várias localidades do país não são apenas contra os incêndios, mas também contra o abandono do território e a monocultura do eucalipto. Protestos que nos fazem refletir sobre as consequências de décadas de decisões que negligenciaram o cuidado com as florestas e o interior do país. No entanto, enquanto a população se une para exigir mudanças, os bombeiros estão lá, no terreno, a combater os fogos que consomem hectares de terra, num esforço muitas vezes subvalorizado.
Com vidas perdidas e hectares de floresta destruídos, a presença destes homens e mulheres é um lembrete constante de que ainda há quem se sacrifique pelo bem comum
A realidade climática atual, mais extrema e imprevisível, acelera os processos de desertificação, e os incêndios florestais tornam-se mais frequentes e violentos. Neste cenário, os bombeiros são mais do que profissionais. São heróis anónimos que enfrentam, todos os dias, o inferno das chamas. Com vidas perdidas e hectares de floresta destruídos, a presença destes homens e mulheres é um lembrete constante de que ainda há quem se sacrifique pelo bem comum.
Mas o que fazemos nós, como sociedade, para os apoiar verdadeiramente? Os incêndios não podem ser vistos como tragédias inevitáveis. Precisamos, mais do que nunca, de refletir sobre o papel das políticas de gestão florestal, do combate ao abandono rural e da criação de uma “Floresta do Futuro”, resiliente e preparada para enfrentar as ameaças do amanhã.
A luta dos bombeiros não deve ser solitária. Eles precisam de equipamentos, apoio psicológico e físico, e, acima de tudo, de uma sociedade que os valorize e que entenda a urgência de preservar o nosso território. Ao homenagearmos os bombeiros, estamos também a reforçar a necessidade de políticas públicas mais eficazes e uma responsabilidade coletiva na proteção do ambiente.
Neste dia de manifestações contra os incêndios, o Algarve junta-se ao coro de vozes que exigem mudanças. E, enquanto lutamos por um futuro mais sustentável e seguro, não podemos esquecer quem já está na linha da frente. A todos os bombeiros, o nosso mais profundo respeito e gratidão. Que a sua coragem e dedicação nos inspirem a todos a cuidar melhor da terra que nos sustenta.
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