Quando o resto do país pensa em Algarve, pensa em praia, sol e mar. Pensa em férias.
Há décadas que a região lida com este estereótipo, que a maior parte das vezes é redutor e injusto. O Algarve terá sempre no turismo a sua maior riqueza, ninguém duvida, e tudo deve fazer para melhorar a sua oferta. Mas há mais. Há cada vez mais setores, negócios e empresários interessados na diversificação da economia local. Na criação de um novo Algarve.
A pandemia veio abrir-nos os olhos para esta necessidade: a importância de promover a transição climática, apostar nas tecnologias e valorizar o património natural e cultural – sem deixar de reforçar a qualificação no turismo.
Os fundos europeus são uma oportunidade única para transformar a região. Ao pacote específico de 200 milhões de euros previstos no PRR e dedicados à resiliência no domínio da água, juntam-se no Algarve 2030 o envelope de 300 milhões para acelerar a diversificação da base económica e desenvolver sectores de especialização – como o mar e recursos endógenos, as energias renováveis, o digital e as TIC, o agroalimentar (em especial as frutas), a biotecnologia azul, a saúde, a mobilidade e o envelhecimento ativo.
Esta é uma oportunidade para termos um Algarve mais sustentável – focado na gestão inteligente dos recursos hídricos, que valoriza a biodiversidade e está preparado para os impactos das alterações climáticas. Qualquer região empenhada no processo de descarbonização tem de apostar na mobilidade – um processo que está em curso, graças à electrificação da linha ferroviária e às soluções de mobilidade sustentável de âmbito regional, como o Metrobus.
Um Algarve com melhor educação e melhor emprego – como se prevê que aconteça fruto do investimento que fizemos nas qualificações escolares e profissionais, no alargamento da base de recrutamento do Ensino Superior, na maior oferta de educação e no estímulo à fixação de mão de obra qualificada.
Um Algarve mais próximo – com cada vez menos diferenças entre o litoral e o interior, serviços de interesse geral mais bem distribuídos por todo o território, e um combate ativo ao despovoamento, que se apoia em projectos criadores de emprego que valorizam os recursos endógenos.
Um Algarve para viver – onde a habitação volta a ser uma prioridade política. Neste momento, todas as 16 autarquias têm Estratégias Locais de Habitação aprovadas, e estão a avançar na implementação dos contratos celebrados com o IHRU, no âmbito do programa 1.º Direito.
Um Algarve para todos – com mais políticas públicas de inclusão de grupos vulneráveis, como os migrantes, as pessoas com deficiência ou os idosos.
Em suma, um Algarve mais bem preparado para lidar com os desafios do futuro.
Para tudo isto acontecer, aproximam-se dois momentos decisivos: o lançamento, ainda este ano, de uma PPP para a construção do novo Hospital Central do Algarve, ao qual se juntará um grande reforço na rede de cuidados de saúde primários; e o investimento no Centro Oncológico de Referência do Algarve, recorrendo a verbas do Portugal 2030.
No futuro, quando pensarmos em Algarve, vamos pensar em inovação, sustentabilidade, educação e emprego. E, claro, praia, sol e mar. Porque, por muito que se inventem novos Algarves, haverá sempre coisas que não mudam. E ainda bem.
Artigo publicado no Jornal do Algarve.
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