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Cultura, Opinião

Leitura da Semana: Onde as Peras Caem, de Nana Ekvtimishvili

Esta semana, Paulo Serra convida a ler uma obra de na Ekvtimishvili. A escritora georgiana apresentará o seu romance em Lisboa esta quarta-feira, dia 18, às 18:30, na Livraria LeYa na Buchholz. 

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09:08 17 Maio, 2022 09:08 17 Maio, 2022 | POSTAL
Paulo Serra, doutorado em Literatura
na UAlg
e Investigador
do CLEPUL

Onde as Peras Caem, de Nana Ekvtimishvili, com tradução de Maria do Carmo Figueira, é uma leitura deliciosa a fazer de um só fôlego. A escritora georgiana apresentará o seu romance em Lisboa esta quarta-feira, dia 18, às 18:30, na Livraria LeYa na Buchholz. 

Numa prosa cirúrgica, aparentemente simples, tece-se o retrato fero, poderoso, sem sentimentalismos, de um país jovem, numa história que caminha num reverente equilíbrio entre a alegoria e uma fantasia assustadoramente realista. Esta obra publicada agora pela Dom Quixote, venceu o Prémio de melhor romance georgiano (2014-2015), o Saba Literary Prize, o Litera Prize, e foi nomeada para o Man Booker International Prize.      

Numa Geórgia recém-independente, no final do século passado, nos arredores de Tbilisi, fica uma casa apalaçada onde funciona uma instituição. Conhecida por Escola dos Idiotas, acolhe órfãos e crianças com deficiência mental. Cedo perceberemos que, afinal, nesta escola de crianças «lentas» ou «atrasadas», a maioria foi simplesmente abandonada por mães em desespero, em fuga para um país e uma vida melhores – como é o caso do pequeno Irakli. 

Nana Ekvtimishvili é escritora e uma realizadora mundialmente premiada, com o filme In Bloom – Foto D.R.

A narrativa na terceira pessoa, acompanha a perspetiva de Lela, a protagonista, uma jovem que já atingiu a maioridade, com dezoito anos feitos, e a idade suposta para deixar o estabelecimento. Terminou a escola há 3 anos, mas não sabe para onde ir, nem se lembra de ter tido família. Por isso, opta por ficar, ao aceitar um trabalho na instituição, tornando-se uma espécie de mentora das crianças, ao mesmo tempo que prepara a sua vingança, face a um dos professores da escola, e vice-diretor, um elemento nocivo à inocência dos mais pequenos. Simultaneamente, Lela incentiva ainda a adoção do seu amigo Irakli por um casal norte-americano. 

Lela, uma jovem que parece recusar-se a seguir com a sua vida adulta, livre e independente do local onde cresceu, parece representar uma Geórgia recém-independente que é, também, um país em ruínas: «Quando a União Soviética se desfez, as suas vidas ruíram.» (p. 10) Um país jovem, que depois do colapso da União Soviética, passa ainda por uma guerra civil e por um golpe. Uma nação que depende de ajuda humanitária. Daí que o único que possa ter futuro seja Irakli, em vias de ser adotado e levado por um casal norte-americano, deixando assim a Escola, Lela, a vã esperança do regresso da mãe, e aquele «país que tem a magia de um conto de fadas» (p. 141). Os outros, que arriscaram tentar o mundo exterior, como Gubaz, «filho único amado» (p. 36), foi fazer o serviço militar e enlouqueceu de imediato. 

Nana Ekvtimishvili nasceu em 1978, em Tbilisi, na Geórgia. É escritora e uma realizadora mundialmente premiada, com o filme In Bloom. 

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