Há atitudes que podem parecer irracionais, inumanas até:
Responder a uma ofensa com um silencioso sorriso.
Encarar uma grande desgraça como uma oportunidade excelente.
Permanecer sereno em situações enervantes.
Saltar para o vazio como quem salta para a cama.
Deixar que instinto tome as mais importantes decisões.
Responder sempre, a tudo, como mais ninguém responderia, não por não ser lógico mas por não corresponder à padronizada e massiva tendência de respostas humanas.
Espanta-me o quão limitados conseguimos ser! Sobretudo porque todos temos capacidades para ser melhores, mais engenhosos e inventivos nas reacções que temos perante o que nos acontece. Temos a obrigação de responder à vida de maneiras diametralmente opostas ao que é esperado. Temos o delicioso direito de pegar nos axiomas comportamentais de reacção a estímulos, que nos foram transmitidos educacional e culturalmente, e transmutá-los em reacções que não nos causem stress nem ódio, nem nos roubem toda a serenidade em que podemos viver.
É verdade: o que determina a nossa existência não é o que nos acontece, mas a maneira como reagimos a tudo o que a vida traz; o que faz com que sejamos plenos e ricos é a decisão constante e consciente de reagirmos como se fossemos sempre o nosso herói salvador. Será isto uma quimera, um sonho impossível? Garanto que não: é só a vida a acontecer, em todo o seu esplendor; fora da caixa e dentro de nós.