O Estado somos nós! Tudo o que recebemos hoje temos que devolver amanhã através dos impostos, claro que há aqueles que recebem sempre e nunca devolvem.
A divida pública portuguesa foi-se acumulando ao mesmo tempo que se foram descobrindo grandes burlas ao Estado sem que alguém seja obrigado a devolver o que quer que seja. Nos EUA, o caso Madoff levou seis meses a ser julgado e condenado a prisão perpétua, em Portugal cada caso leva pelo menos uma década, o que favorece os grandes interesses, este país parece uma paródia.
Segundo os dados disponibilizados pelo ministério das finanças, através do IGCP, a divida pública directa era, em 30 de junho último, 255.099 milhões de euros. Só na presente legislatura do PS a divida aumentou cerca de trinta mil milhões. Perante a situação económica e social do país, esta divida é impagável nos próximos trinta anos. O governo e alguns dos seus apoiantes andam há anos a dizer-nos que a divida está a descer, é mentira! A relação entre a divida e o PIB é que tem diminuído porque este tem aumentado. Ainda assim se considerarmos a divida em relação ao PIB, a divida portuguesa era, em 31/12/2019, a sétima maior do mundo, em 200 países! (https://pt.tradingeconomics.com/country-list/government-debt-to-gdp)
Este ano o PIB vai diminuir muito, será que vão ter a coragem de dizer que a divida subiu em termos absolutos e relativos?
Lembrei-me de fazer uma pequena análise à relação entre divida pública e partido no Poder. Recorri aos dados oficiais e elaborei a seguinte tabela:
Cada qual que tire as suas próprias conclusões. É público e notório que foi o partido socialista que fez os três pedidos de resgate financeiro durante a sua própria governação desde o 25 de Abril, tal como foi o que mais endividou o país apesar de estar menos tempo no Poder. Assim é fácil governar.
Fica mal a quem diz que defende os trabalhadores, porque são esses trabalhadores, os seus filhos e netos que vão pagar a divida acumulada de hoje.
Os burlões continuam sem se preocuparem em devolver alguma coisa obtida através do eufemismo ‘rendas excessivas’. Não quero falar aqui das negociatas nacionais e internacionais bem como dos ‘prejuízos’ dos bancos.
Nada mudou desde o tempo de Eça de Queirós.