A doença discal degenerativa ou discopatia degenerativa é uma alteração da normal estrutura do disco intervertebral da coluna. Esta pode acontecer precocemente por causas genéticas ou no decorrer do processo natural de envelhecimento. Devido à alteração dos seus constituintes e sua “desidratação”, os discos intervertebrais deixam de actuar como amortecedores, fazendo deslocar o seu núcleo gelatinoso para trás formando a “hérnia discal”, diminuindo a sua resistência decorrente dos esforços efetuados (sobretudo quando dobramos as costas) e fazendo com que as vértebras se aproximem umas das outras, diminuindo os espaços para a passagem das raízes nervosas. Esta é uma das causas mais comuns de dor no adulto idoso, quer local, quer irradiara para os membros.
As principais queixas dos doentes são a dor nas costas e/ou membros e, às vezes, a dificuldade em andar. O diagnóstico da discopatia degenerativa pode ser realizado com recurso a radiografias que possibilitam ver a diminuição do espaço entre os discos, irregularidades nas suas margens e os “bicos de papagaio” que na verdade são firmações de osso, feitas pela pessoa doente no sentido de fazer a “ponte” entre as vértebras e manter assim a estabilidade. A ressonância magnética da coluna vertebral apresenta-se hoje como o exame mais sensível, podendo mostrar o grau de hidratação, de degeneração e compressão medular ou radicular.
Após o diagnóstico, a maioria dos doentes responde bem aos tratamentos “conservadores” ou não cirúrgicos. Sobretudo com medidas de “higiene no trabalho”, diminuindo os esforços com a coluna “dobrada” e recorrendo à prática frequente e regular de exercício de baixo impacto. Em períodos de crise pode ser vantajoso recorrer ao apoio da fisiatria, medicação analgésica e/ou anti-inflamatória.
Existem dois tipos de cirurgias habituais de tratamento cirúrgico: a via convencional macroscópica e a minimamente invasiva (MISS). Na cirurgia convencional utiliza-se incisões maiores na pele, há maior lesão muscular, maior hemorragia e maiores períodos de internamento hospitalar e de recuperação. A cirurgia minimamente invasiva da coluna promove uma recuperação menos dolorosa e mais rápida.
A melhor forma de prevenir a discopatia degenerativa é modificar as actividades do dia-a-dia que exercem pressão sobre a coluna como a má postura (dobrada), a vida sedentária, o levantamento incorrecto de objectos pesados e os movimentos repetidos em flexão e rotação.
A doença discal degenerativa é um dos temas em destaque no IV Simpósio da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV), que irá decorrer, dias 3 e 4 de Novembro, em Leiria. A SPPCV foi fundada em 2003 com o objectivo de promoção, estudo, investigação e divulgação das questões inerentes à problemática da prevenção, diagnóstico e tratamento das patologias da coluna vertebral. Para mais informações consulte http://sppcv.org/