O colesterol é uma substância fundamental na produção de hormonas e vitaminas, de sais biliares e para a construção das paredes das células. Quando aparece em excesso no sangue, o colesterol pode aparecer associado à doença das artérias coronárias e à aterosclerose; e quem é fumador e tem a pressão arterial elevada corre riscos acrescidos. A aterosclerose resulta da formação de depósitos de gorduras e de colesterol no interior das artérias, estas veem progressivamente reduzido o seu calibre, dificultando a circulação do sangue que deve irrigar o músculo cardíaco (miocárdio). Este processo de desenvolvimento dos depósitos de gorduras no interior das artérias (aterosclerose) é precipitado quando existe muito colesterol em circulação, quando a pressão arterial está elevada e quando se é fumador.
“Reduzir o colesterol pode exigir intervenção médica e a toma de medicamentos, mas é determinante que para baixar o colesterol elevado no sangue tem que se adotar um regime alimentar bastante criterioso”
Numa importante brochura editada pelo Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva, há uns bons anos, o médico que a redigiu, António Pais de Lacerda, refere que “Pensa-se que pelo menos os acidentes coronários surgidos prematuramente em indivíduos na idade média da vida podem ser prevenidos através de um adequado controlo dos níveis do colesterol no sangue, dos valores da pressão arterial e por parar de fumar”. A adoção de medidas indutoras de estilos de vida saudáveis reduz a hipótese do acidente vascular cerebral, de dor nas pernas ao andar.
Reduzir o colesterol pode exigir intervenção médica e a toma de medicamentos, mas é determinante que para baixar o colesterol elevado no sangue tem que se adotar um regime alimentar bastante criterioso: reduzir a ingestão total de gorduras (em particular das gorduras saturadas, caso da manteiga, da margarina em pacote ou da banha), aumentar o consumo de gorduras insaturadas (azeite e outras gorduras vegetais) e de hidratos de carbono complexos (pão de farinha integral, cereais, massa, arroz, fruta e legumes).
É um regime alimentar saudável, com escolha criteriosa de laticínios (caso do leite magro ou meio gordo, do queijo fresco e dos iogurtes), escolher carnes magras, limitar o consumo de peixes gordos, e também produtos de salsicharia magros, e aprender na cozinha a remover gorduras. São exemplos: retirar toda a gordura visível da carne e a pele das aves; consumir aves e peixe com mais frequência e menos carne vermelha; reduzir a quantidade de carne substituindo-a por feijão ou grão, lentilhas, soja e queijo; desengordurar os molhos dos cozinhados.
Não esquecer também a hipertensão arterial (HTA), que é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. É uma situação que não produz sintomatologia (um hipertenso pode sê-lo durante dezenas de anos sem que sinta qualquer queixa ou mal-estar). Esclareça-se que há outras complicações graves da hipertensão não tratada igualmente importantes, como sejam a insuficiência renal e algumas formas da perda de visão.
Tal como o colesterol, a HTA tem um tratamento que passa por medicamentos e completado por um regime alimentar cuidado. Se medir a tensão arterial na farmácia, para seu bem, atenda a alguns requisitos – quando se dispuser a fazê-lo, deve pelo menos manter-se meia hora sem comer e sem beber.
Deve descansar entre 5 a 10 minutos quando chegar à farmácia, se possível ficar sentado; o braço deve ficar bem apoiado sobre uma mesa que estiver ao nível do coração; peça sempre ao farmacêutico, no final da medição, que lhe dê um cartão com os valores encontrados; deve saber que só pode considerar que tem a hipertensão controlada se tiver, no máximo, 139/85 ml de mercúrio.
Leia também: Recomendações para uma alimentação que dê mais vidas aos anos | Por Mário Beja Santos