Terá havido um tempo em que não entrava num partido, fosse de esquerda, do centro ou de direita, quem queria, mas, apenas, quem podia, após escrutinado e certificado de que com os princípios do partido, verdadeiramente, se identificava, ou, se se quiser, gente com currículo
Hoje, aparentemente, já não contará tanto a qualidade dos membros que o partido possa comportar, mas sim o seu número, um número que lhe permita apresentar-se como pujante, implantado no terreno!
Nunca, como agora, se terá assistido a uma denominada classe política tão pobrezinha!
Por via disso, não estranhará, depois, assistir-se a eleitos numa qualquer assembleia limitando-se a ocupar o tempo comendo pevides ou no papel de simples «manda-bocas», a governantes que nos deixam a coçar na cabeça como a tal conseguiram chegar, a fenómenos de corrupção em gestão da coisa pública ou, ainda, assistir-se a eleitos por uma barricada a passarem, mal lhes cheire a poder e sem pudor algum, para barricada contrária, como muito, particularmente, se vê acontecer a nível autárquico e onde, já agora, no Algarve não faltarão exemplos desses.
Em suma, nunca, como agora, se terá assistido a uma denominada classe política tão pobrezinha!
Entretanto, se chapéus há muitos, como alguém dizia, modelos de democracia, como outro alguém, por sua vez, afirmava, não faltarão, como o de uns EUA, em que alguém pode ser eleito presidente do país obtendo menos votos de que o seu mais direto adversário, embora não tenha sido, desta vez, o que sucedeu com a vitória de Trump.
Ora, quem sabe se, com um modelo, por sua vez, de democracia à chinesa, não teríamos já visto construído o aeroporto que por cá se discute vai para mais de meio século, receando-se que mais meio século leve a ver a luz do dia ou, ainda, no caso particular do Algarve, o eternamente prometido Hospital Central!
Mas pronto, o nosso modelo sempre será, porventura, mais divertido, com, por exemplo, mais uma «festa» de novas eleições na Madeira à vista, como tudo parece indicar!
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