É a perda involuntária ou incontrolável de urina, a continência urinária depende da integridade anatomia e fisiológica, de um funcionamento harmonioso e eficaz entre a bexiga e um esfíncter (músculo que assegura a oclusão ou abertura). Mas a continência também depende dos rins, do sistema nervoso e da capacidade física e psicológica do individuo em reconhecer e responder à vontade de urinar. São diversos os fatores de riscos associados à incontinência: da imobilidade associada a doenças crónicas, o uso de certos medicamentos, estilos de vida pouco saudáveis, a diabetes, alterações anatómicas (como a descida da bexiga, uretra ou reto) e as infeções urinárias, entre outros.
Os seniores são o grupo etário mais atingido, a vida das pessoas com incontinência fica limitada, há o preconceito de esconder o problema ao médico, chegando-se até por optar pelo uso de fraldas e a transportar mudas de roupa, assim se compromete a qualidade de vida pessoal e social. Há até quem pense que a incontinência urinária é uma consequência inevitável do processo natural do envelhecimento dos órgãos, e também por isso não procuram ajuda para tratar a patologia. Reconheça-se que a maior frequência da incontinência recaí sobre as mulheres, devido à especificidade anatómica.
Quando se descobre a causa, o que pressupõe o diagnóstico precoce, desenvolve-se um plano de tratamento proporcional à patologia. Em muitos casos o tratamento requer somente que se tomem medidas que levem à mudança de comportamentos. Existem produtos para incontinentes que permitem diminuir as suas repercussões enquanto aguardam tratamento definitivo. A incontinência por urgência pode ser prevenida urinado frequentemente com intervalos regulares. As terapias comportamentais podem envolver produtos absorventes, cateteres ou dispositivos, como a adesivos descartáveis. Nos tratamentos com medicamentos, o médico pode prescrever fármacos que controlam os espasmos, terapia hormonal de substituição, antibióticos, etc., de acordo com o tipo de incontinência e a sua origem. Quando estes tratamentos falham, poderá ponderar-se a cirurgia.
Não hesite em consultar o seu médico de família caso sinta manifestações de incontinência, ultrapasse, em nome do seu bem-estar, preconceitos e até sentimentos de vergonha. Certamente que será encaminhado para um especialista para ser diagnosticado o tipo de incontinência urinária que possui. Não perde nada em conversar com o seu farmacêutico, ele tem o dever de o apoiar quanto aos estilos de vida mais saudáveis. Acresce que ele é um especialista do medicamento, cujo aconselhamento pode contribuir para obtenção do máximo benefício do que foi prescrito pelo médico para tratamento da patologia ou, por outro lado, alertá-lo para certos efeitos de medicamentos que podem agravar o problema, o que pode acontecer com certos preparados que os doentes tomam sem prescrição médica.
O Dia Mundial da Incontinência Urinária comemora-se a 14 de março.
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