Nos dias de hoje somos bombardeados e assaltados com todo o tipo de notícias que muitas vezes nos deixam a pensar como chegamos a este estado de coisas.
Notícias alarmantes face a natureza de realidades que há uns anos atrás não imaginávamos que fosse possível. Estes últimos dias então têm sido mesmo férteis em tudo isso.
Desde o Coronavírus, que continua a devastar vidas e a criar situações alarmantes em todo o mundo. Entretanto, por cá, felizmente, os resultados têm sido negativos e o governo e a Diretora Geral de Saúde têm tido uma postura e atitude muito positiva.
No outro prato da balança está um Serviço Nacional de Saúde pelas ruas da amargura. Sim, só pode ser isso. Como se justifica que em 2021 aconteçam duas mortes nos serviços de urgências nos hospitais portugueses?
Um homem em Lamego com seis horas à espera de ser atendido e não resistiu. Outro em Beja também nas urgências sem ser atendido também faleceu. Os dois com pulseira amarela.
Casos para pensar, reflectir e até para preocupar cada vez mais quem entra nas urgências e que é presenteado com uma pulseira dessa cor. Não será de rever todo este procedimento?
Acreditamos que os profissionais de saúde são todos muito competentes e são mesmo. Então o que funciona mal entre a triagem e a verificação pelo médico?
Esta perceção é a que existe nas pessoas, mas aqui não se trata do que se pensa sobre os serviços mas sim de vidas de pessoas que é preciso salvar e proteger.
Muita coisa terá que ser feita. Não só neste aspeto, mas em todo o Serviço Nacional de Saúde. No Algarve muito mais do que no resto do País.
O SNS debate-se com falta de infraestruturas, equipamentos e de material de primeira necessidade.
Para além dos excelentes profissionais que estão ao serviço existe uma grave carência em várias áreas e daí a necessidade urgente de respostas imediatas, para além de outras estruturantes como o novo Hospital Central. Mas até que se resolva a situação imediata de modo a servir as pessoas e a salvar vidas.
Outra situação de momento tem a ver com o racismo e a atitude de Marega no jogo entre o Porto e o Vitória de Guimarães. A atitude, segundo Marega, teve a ver com a forma como o mesmo foi tratado e insultado, antes e durante o jogo, por alguns apoiantes do Vitoria.
Percebendo a atitude do jogador, é difícil entender o não apoio dos colegas de equipa do mesmo jogador.
Será que pensaram primeiro nos três pontos antes da solidariedade com o colega?
Isto não foi um caso isolado no futebol português, nem a nível internacional. O que foi diferente foi o jogador sair do campo. A partir de agora outros momentos vão acontecer, e aí vamos ver quem tem coragem de ser solidário.
Este mundo está cheio de hipocrisia, demostrada em várias atitudes, e cada vez mais vista e analisada pelos meios de comunicação social.
Cada dia que passa, o futebol é uma indústria milionária que funciona cada vez mais com as transmissões diretas.
Vamos ver os estádios cada vez mais vazios se não forem tomadas medidas que levem à contenção e a razoabilidade dos espectadores perante aqueles que têm a classe e o saber para nos envolver enquanto espectadores de um desporto que cativa e envolve autênticas multidões.
Portanto, nestes últimos dias estiveram, e estão em cima da mesa, temas que nos envolvem e nos preocupam cada vez mais. Saúde em várias vertentes e Racismo
Ora, uma sociedade deve ser fruto dos valores e das várias intervenções dos seus antecedentes. Parece que o passado teve algumas fragilidades e não assegurou que o presente atual estivesse livre de lidar com estas situações.
Isto leva-me a pensar que a atual geração tem que fazer muito, mesmo muito, para que no futuro tudo seja melhor e muito mais transparente.
Os nossos filhos e nossos netos agradecerão, é muito.
Pensem nisso.
O Algarve agradece!