O plenário alargado realizado no Metro de Lisboa voltou a colocar no centro do debate a temática da greve geral marcada para 11 de dezembro, num momento em que o país se prepara para uma paralisação com impacto nacional e forte mobilização sindical. O encontro serviu essencialmente para esclarecer dúvidas e reforçar a articulação entre trabalhadores, num contexto marcado por tensões laborais e contestação ao pacote legislativo ‘Trabalho XXI’.
O plenário decorreu esta quarta-feira à tarde e contou com a presença do secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira. Segundo fonte oficial da central sindical, o encontro reuniu um número elevado de trabalhadores e o apelo à greve geral foi recebido de forma muito positiva. A expectativa, avançam, é de uma adesão significativa no setor dos transportes.
O objetivo principal da sessão passou por explicar os pontos mais controversos do pacote laboral proposto pelo Governo. A paralisação de 11 de dezembro será a primeira convocada em conjunto pela CGTP e pela UGT desde 2013, facto que lhe confere peso político acrescido num momento que os sindicatos classificam como um período de “ataque aos direitos laborais”.
STRUP destaca forte mobilização
De acordo com o portal digital especializado em economia e negócios Executive Digest, Anabela Carvalheira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal, afirmou que o plenário teve um carácter informativo e correu de forma positiva. Explicou que o apelo à greve resultou da articulação entre as várias organizações sindicais do setor e não diretamente das estruturas nacionais. Acrescentou ainda que todas as organizações envolvidas concordaram com a presença do secretário-geral da CGTP para prestar esclarecimentos.
A sindicalista reconhece que existe uma forte insatisfação entre os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa. À pergunta sobre o estado de espírito geral, foi clara: “Há um sentimento de revolta, sim”.
Impacto esperado no Metro de Lisboa
Com a aproximação da data da greve geral, aumentam as preocupações sobre o impacto na mobilidade na capital. O Metropolitano de Lisboa deverá enfrentar fortes perturbações. Anabela Carvalheira admite que o objetivo é uma adesão ampla: “A perspetiva que nós queremos é ter o metro parado, tendo em conta a gravidade das coisas que estão em cima da mesa”.
A dirigente alerta para aquilo que considera serem efeitos negativos do pacote laboral no setor dos transportes, sobretudo no que diz respeito à contratação coletiva. Segundo explica, citado pela mesma fonte, as alterações previstas são “nefastas para os trabalhadores” e justificam uma resposta firme no dia da greve.
Contestação ao pacote ‘Trabalho XXI’
A greve surge como reação ao anteprojeto ‘Trabalho XXI’, que tem sido contestado pelas duas centrais sindicais. A CGTP defende que se trata de uma iniciativa “urgente, necessária e duradoura”, enquanto o Governo classifica a paralisação como “inoportuna” e “danosa”.
A paralisação terá 24 horas de duração e será antecedida por marchas e concentrações promovidas por diversos setores da economia, de acordo com o Executive Digest. Tanto a CGTP como a UGT acreditam que o país poderá enfrentar uma greve de grande dimensão, com impacto nacional.
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