A temporada de gripe na Europa começou mais cedo este ano, impulsionada por uma nova estirpe do vírus influenza A, identificada como H3N2 subclade K. As autoridades de saúde europeias alertam para a necessidade de acelerar a vacinação, sobretudo entre os grupos de risco, de forma a reduzir o impacto na população e nos sistemas de saúde.

De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), que acompanha os vírus respiratórios na União Europeia, os casos estão a surgir entre três a quatro semanas antes do esperado. Segundo a mesma fonte, esta nova estirpe já foi registada também no Reino Unido, onde se antecipa uma temporada de gripe mais intensa e precoce.

Grupos prioritários para vacinação

O ECDC recomenda que a vacinação seja feita sem demora, principalmente pelas pessoas com maior probabilidade de desenvolver doença grave.

Entre os grupos prioritários estão idosos com mais de 65 anos, grávidas, pessoas com doenças crónicas ou imunocomprometidas, bem como residentes em lares e instituições de cuidados continuados. Profissionais de saúde e trabalhadores de instituições de longa permanência devem igualmente vacinar-se rapidamente, segundo a mesma fonte.

Em Portugal, a gripe provoca impacto significativo. Entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, o país registou 1.609 óbitos em excesso durante a época gripal, coincidindo com temperaturas extremas. A maior parte das vítimas foram mulheres e pessoas com mais de 85 anos.

Nova estirpe e a propagação da gripe

A principal causa da antecipação da temporada é a estirpe H3N2 subclade K, que afeta todas as faixas etárias, embora as crianças apresentem taxas de doença mais elevadas. Estas são geralmente as primeiras a adoecer e podem transmitir o vírus aos restantes membros da família e à comunidade, acelerando a propagação.

A mesma fonte alerta que um número de infeções acima do normal pode aumentar a pressão sobre os sistemas de saúde, tornando a vacinação precoce ainda mais importante. Além disso, medidas básicas de prevenção, como lavar as mãos e respeitar a etiqueta respiratória, continuam a ser eficazes na redução da transmissão comunitária.

Preparação para uma temporada mais exigente

A antecipação da gripe reforça a necessidade de preparar os sistemas de saúde para uma época potencialmente mais exigente. Vacinar-se cedo, sobretudo quem pertence aos grupos de risco, é a principal medida para proteger a população.

Para além disso, campanhas de informação clara sobre prevenção podem ajudar a reduzir a propagação da doença, segundo o ECDC, responsável pela monitorização e avaliação de vírus respiratórios na Europa.

O tempo tornou-se um fator crítico. Quanto mais cedo as pessoas se vacinarem, maior será a proteção para si e para os outros, especialmente nesta temporada marcada por uma estirpe que acelera a propagação da gripe.

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