Vários passageiros com viagens marcadas para os meses de verão poderão enfrentar alterações inesperadas nos seus planos. Uma companhia aérea europeia, com presença em Portugal, anunciou recentemente uma reestruturação do seu calendário de voos para os próximos meses.
As mudanças abrangem ligações de curta e longa distância, com impacto direto em partidas e chegadas em diferentes aeroportos europeus. O motivo está relacionado com uma questão operacional que afeta várias companhias aéreas do continente.
Voos reduzidos até outubro
A companhia aérea Swiss, que integra o Grupo Lufthansa, cancelou cerca de 1400 voos entre maio e outubro, relata a Euronews. A decisão abrange rotas com origem em Zurique e Genebra e inclui suspensões totais, como no caso da ligação sazonal a Hurghada, no Egito, e reduções de frequências em trajetos intercontinentais para destinos como Xangai e Chicago.
A escassez de pilotos tem sido apontada como principal causa, levando a empresa a implementar medidas temporárias para colmatar a falta de cerca de 70 profissionais a tempo inteiro.
Medidas para mitigar a escassez
Entre as ações anunciadas estão o adiamento da reforma de pilotos, a recompra de dias de férias e o apelo aos tripulantes em regime de tempo parcial para aumentarem a sua carga horária. A empresa está também a negociar com o sindicato Aeropers uma maior flexibilidade nas escalas e novas formas de gestão das ausências por fadiga.
A Swiss, companhia aérea que realiza voos de e para Portugal, comprometeu-se a notificar com antecedência os passageiros afetados pelas alterações.
Opções para os passageiros
Os clientes com voos cancelados serão realocados em serviços operados pela própria Swiss, por outras companhias do Grupo Lufthansa ou por membros da aliança Star Alliance. Em casos em que tal não seja possível, poderão ser oferecidos voos noutras companhias ou reembolsos.
A empresa sublinha que a prioridade passa por assegurar o menor impacto possível para os viajantes, embora reconheça que o contexto de escassez de pessoal está a afetar toda a indústria.
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Tendência no setor europeu
Este cenário não é exclusivo da Swiss. A KLM, por exemplo, admitiu dificuldades em manter os voos de longo curso, apesar de ter aumentado o número de pilotos disponíveis. Segundo a imprensa holandesa, cerca de 50 postos de trabalho a tempo inteiro estão a perder-se anualmente devido ao aumento do trabalho parcial e das ausências.
Outras operadoras como a British Airways e a easyJet estão a intensificar os esforços de recrutamento. A primeira anunciou que vai financiar integralmente a formação de novos pilotos para tentar compensar o défice crescente.
Escassez global de pilotos
A falta de profissionais não se limita à Europa. A nível mundial, estima-se que o setor necessite de cerca de 674 mil novos pilotos nas próximas duas décadas, segundo dados da Boeing. Só na Europa, o défice poderá chegar aos 19 mil até 2032.
A Euronews citou fontes do setor que recomendam aos passageiros que “devem preparar-se para perturbações”, especialmente em voos com ligações ou em rotas com menor frequência. A recomendação passa por reservar com antecedência, acompanhar notificações das companhias e prever tempo extra entre escalas.
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