Um grave acidente ocorreu esta quarta-feira ao final da tarde no Elevador da Glória, um dos ícones turísticos da capital portuguesa, resultando em 15 vítimas mortais e 18 feridos, vários dos quais em estado crítico. O incidente, que envolveu o descarrilamento e o embate da composição contra um edifício na Calçada da Glória, gerou uma resposta imediata das autoridades e deixou a cidade em choque.
O alerta foi dado por volta das 18:08, com o acidente a ocorrer às 18:05, quando o ascensor, que liga a zona dos Restauradores ao Príncipe Real, perdeu o controlo. De acordo com fontes dos Bombeiros Sapadores de Lisboa, o descarrilamento do elevador da Glória terá sido causado pelo rompimento de um cabo na estrutura da composição, levando ao embate contra a parede de um edifício. As causas exatas permanecem sob investigação, mas este não é o primeiro incidente do género: em maio de 2018, um descarrilamento semelhante ocorreu devido a falhas de manutenção, embora sem vítimas na ocasião.
No local, foram mobilizados entre 56 e 62 operacionais, apoiados por 19 a 22 veículos, incluindo equipas do INEM, dos Sapadores Bombeiros de Lisboa e da PSP. Foi ativada a Viatura de Intervenção em Catástrofe do INEM para auxiliar nas operações de socorro. Pelo menos três feridos em estado crítico foram transportados para o Hospital de São José, enquanto outros cinco foram classificados como ligeiros, com várias pessoas ainda encarceradas no momento inicial das operações. A saída de metro dos Restauradores foi fechada, assim como a Avenida da Liberdade e a zona circundante, para facilitar a chegada de ambulâncias e meios de socorro.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em comunicado no site da Presidência, lamentou profundamente o acidente, expressando o seu pesar e solidariedade às famílias das vítimas mortais e dos feridos graves e ligeiros. O chefe de Estado espera que a ocorrência seja “rapidamente esclarecida pelas entidades competentes”. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, acompanhou as operações no terreno. A Carris, empresa responsável pela operação do ascensor, ativou todos os meios disponíveis para responder à situação, priorizando o acompanhamento das vítimas.
O Elevador da Glória, classificado como Monumento Nacional desde fevereiro de 2002, é o segundo ascensor mais antigo de Lisboa, inaugurado após o do Lavra e concebido pelo engenheiro Raul Mesnier du Ponsard. Com capacidade para 42 passageiros, é uma atração turística emblemática, mas o incidente levanta questões sobre a manutenção e segurança destes transportes históricos.
As autoridades consideram prematuro um balanço final, uma vez que as operações de socorro prosseguem. A investigação às causas do acidente será conduzida pelas entidades competentes, com atualizações esperadas nas próximas horas. A cidade de Lisboa une-se em solidariedade com as vítimas e as suas famílias neste momento trágico.
Sete feridos do elevador da Glória, cinco em estado grave, transportados para o São José
O Hospital de São José já recebeu sete feridos do descarrilamento do elevador da Glória, em Lisboa, cinco dos quais em estado grave, adiantou à Lusa a Unidade Local de Saúde.
Segundo a mesma fonte, estes feridos foram encaminhados para a urgência geral polivalente do hospital. Outros três feridos foram encaminhados para o hospital de Santa Maria, que não adiantou a sua gravidade. Fonte oficial da PSP confirmou à Lusa a existência de mortos, mas não avança para já com números. Inicialmente, foi avançado à Lusa pelo menos três vítimas mortais, mas ao longo da noite, foram confirmadas 15 mortos.
AMT vai realizar ação de supervisão ao descarrilamento do elevador da Glória
A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) assegurou hoje que vai realizar uma ação de supervisão ao descarrilamento do elevador da Glória, em Lisboa, pretendendo divulgar os resultados “com a maior celeridade possível”.
“Nos próximos dias, a AMT irá realizar uma Ação de Supervisão ao acidente, cujos resultados serão divulgados com a maior celeridade possível”, garantiu, em comunicado.
Contactada pela Lusa pelas 18:30, a diretora da Proteção Civil, Margarida Castro Martins, disse que há, pelo menos, 20 feridos, dos quais dois em estado crítico, cinco ligeiros e vários encarcerados.
A AMT disse ter recebido com “profunda preocupação e consternação” a notícia do descarrilamento do elevador da Glória e endereçou os pêsames aos familiares e amigos das vítimas mortais, cujo número ainda está a ser apurado.

GPIAAF vai investigar descarrilamento do elevador da Glória, em Lisboa
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) vai abrir uma investigação ao descarrilamento do elevador da Glória, em Lisboa, que hoje causou vítimas mortais e vários feridos, alguns com gravidade.
“O GPIAAF irá abrir uma investigação [ao acidente], mas devido à limitação de meios [humanos] na área ferroviária, apenas amanhã de manhã [quinta-feira] iniciará a recolha de evidências no local”, adiantou à agência Lusa fonte deste organismo público.
Fonte do setor ferroviário disse à Lusa que, desde agosto de 2023, que o GPIAAF apenas dispõe de um investigador para este setor.
Segundo a mesma fonte, desde março deste ano, que este organismo aguarda que o processo de admissão de um segundo investigador tenha autorização por parte do ministério das Finanças.
O elevador da Glória é gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.
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