O setor agrícola continua a surpreender com culturas que, à primeira vista, parecem comuns, mas que escondem um elevado potencial económico e estratégico. Numa altura em que muitos países procuram alternativas sustentáveis para diversificar as suas exportações, uma cultura em particular começa a destacar-se no panorama internacional, estando a ficar conhecida como o novo “ouro verde”.
Crescimento industrial em Córdoba
Na Argentina, a província de Córdoba tornou-se um polo de referência para esta cultura, aproveitando condições naturais favoráveis e um contexto agrícola consolidado. O investimento privado tem permitido transformar antigas áreas rurais em plataformas de produção e exportação.
Atualmente, explica a Noticias Trabajo, cerca de 610.000 hectares estão dedicados ao cultivo da alfafa uma planta que está a ser apelidada de “ouro verde” devido ao impacto económico que começa a gerar. O termo já circula entre especialistas e investidores atentos à sua rápida valorização.
Rede de exportação em expansão
Parte deste sucesso deve-se à estrutura industrial que acompanha a produção. Uma rede com mais de 100 empresas, refere a mesma fonte, dá suporte à transformação e exportação da alfafa, com destaque para a construção de novas plantas de desidratação e unidades de compactação.
Apenas na Argentina, são exportadas anualmente cerca de 147.000 toneladas de feno. O país representa 1,5 por cento do mercado global, com receitas que ultrapassam os 57 milhões de euros. O objetivo é quadruplicar a produção exportada nos próximos anos.
Europa também aposta na produção
Espanha é outro exemplo de aposta clara neste cultivo. O país dispõe de 217.000 hectares dedicados à alfafa, dos quais aproximadamente metade são canalizados para processos industriais de desidratação.
A Noticias Trabajo refere, ainda, que as exportações espanholas dirigem-se sobretudo aos Emirados Árabes Unidos, China e Arábia Saudita. O modelo ibérico conjuga investimento privado, apoio institucional e uma crescente capacidade de adaptação tecnológica.
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Desafios técnicos e logísticos
Apesar do crescimento, os produtores enfrentam dificuldades relacionadas com a sustentabilidade hídrica, a eficiência energética das plantas industriais e a complexidade logística associada ao transporte do produto.
Internacionalmente, os Estados Unidos lideram o mercado com mais de metade da produção mundial. Seguem-se Austrália, Espanha e Canadá. O Japão, por sua vez, destaca-se como principal importador de feno.
Feiras e projeção internacional
O interesse global nesta cultura tem motivado a organização de feiras e conferências. A próxima terá lugar em Reims, França, reunindo produtores, investidores e representantes governamentais.
A delegação argentina, por exemplo, pretende destacar os resultados obtidos em Córdoba e atrair novos parceiros. A feira Agritechnica, na Alemanha, é outro evento de relevo para a promoção do setor.
Mais do que alimento para animais
Embora a utilização principal da alfafa seja a alimentação animal, há uma crescente procura por derivados para consumo humano. As propriedades nutritivas da planta são cada vez mais valorizadas por especialistas em agroalimentação.
A sua versatilidade é vista como uma vantagem competitiva num mercado que exige inovação e soluções sustentáveis.
Os empresários envolvidos alertam para a importância de estabilidade regulatória e clareza nos processos de licenciamento. A previsibilidade a longo prazo é essencial para atrair investimento contínuo.
Ouro verde com impacto global
A designação de “ouro verde”, dada pela Noticias Trabajo, parece adequada para descrever a importância crescente da alfafa no mercado agrícola internacional. A expressão é agora associada ao impacto económico positivo e ao potencial de crescimento futuro.
Especialistas acreditam que, com os investimentos certos e apoio estratégico, esta cultura poderá desempenhar um papel fundamental na economia de várias regiões agrícolas do mundo.
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