No Congresso Mundial de Alta Velocidade Ferroviária, realizado em Pequim entre 8 e 11 de julho de 2025, foram apresentadas várias inovações no setor. Entre os destaques esteve um projeto que poderá mudar a forma como o mundo encara a mobilidade ferroviária e que ambiciona tornar-se o comboio rápido mais avançado do mundo.
Apresentação em congresso internacional
Segundo a página especializada em comboios Railway PRO, a fabricante CRRC apresentou este novo modelo ao lado de outros 21 veículos ferroviários, incluindo o protótipo CR450, o Fuxing inteligente e o comboio Lancang, utilizado na ligação Kunming – Laos.
Foram ainda mostradas composições intermunicipais inteligentes, que fazem parte de uma estratégia de evolução tecnológica abrangente para veículos de 400 km/h.
Esta aposta envolve avanços em teoria, tecnologia, equipamentos, normas e práticas de gestão.
Características e aplicações
O novo comboio utiliza tecnologia de levitação magnética, o que lhe permite suspender-se sobre os carris através de eletroímanes, eliminando o atrito.
O fabricante indica que poderá ser usado em deslocações de alta velocidade dentro de regiões urbanas, na ligação entre cidades principais e em corredores de transporte de longo curso, cita ainda a Railway PRO.
Entre as vantagens apontadas estão a elevada velocidade, segurança, capacidade de transporte, sustentabilidade e custos reduzidos de manutenção.
Desenvolvimento e testes
O projeto foi desenvolvido integralmente na China pela CRRC Qingdao Sifang, subsidiária da China Railway Rolling Stock Corporation.
O primeiro protótipo, com velocidade máxima de 600 km/h, foi concluído em julho de 2021 e encontra-se em fase de testes.
Estão a ser construídas pistas de ensaio no centro da CRRC em Changchun para permitir verificações de desempenho.
Entrada em operação e concorrência internacional
A previsão é que o comboio rápido entre em operação comercial num período de cinco a dez anos, reduzindo significativamente tempos de viagem, como no percurso Pequim – Xangai, que poderá passar de cerca de cinco horas para duas horas e meia.
O Conselho de Estado da China defendeu a aceleração da verificação de desempenho e da comercialização do projeto.
No mercado internacional, o principal concorrente é o Japão, que desenvolve o seu próprio comboio de levitação magnética.
Em 2015, o modelo japonês atingiu 603 km/h numa linha experimental em Yamanashi e deverá entrar em operação comercial na linha Chuo Shinkansen.
Esta ligação, entre Tóquio e Nagoia, tem conclusão prevista para 2034 e deverá, numa fase posterior, ser estendida até Osaka.
Quando a obra estiver completa, a viagem entre Tóquio e Osaka passará das atuais duas horas e meia para cerca de uma hora.
Leia também: Viu um pano branco no retrovisor de um carro estacionado? Saiba o que significa e o que deve fazer
















