A “Limpeza Sueca da Morte” (“Döstädning”, em sueco) é um conceito que tem vindo a ganhar popularidade como uma abordagem minimalista à organização e ao desapego material. Criada pela escritora sueca Margareta Magnusson, a ideia assenta na organização de bens pessoais de forma consciente, com o objetivo de aliviar a carga para os familiares após a morte de um ente querido.
Embora o nome possa parecer sombrio, Magnusson sublinha que a prática não se trata apenas de preparar para o inevitável, mas também de viver de forma mais leve e significativa. «Desfazer-se do que é desnecessário traz um enorme sentido de libertação», explica a autora, segundo o Good Housekeeping.
Princípios e benefícios
A prática consiste em rever, categorizar e decidir o destino de objetos acumulados ao longo da vida, priorizando aqueles que têm valor emocional ou utilidade real. Um dos princípios fundamentais é questionar: «Se eu não estiver cá, isto será útil para os outros?». Essa reflexão não só ajuda a reduzir a desordem, como promove uma maior consciência sobre o consumo.
Os benefícios não se limitam ao espaço físico. A organização pode ser terapêutica, proporcionando um momento de introspeção e gratidão pelos momentos vividos associados a certos objetos.
Como começar
Magnusson sugere que se comece por itens menos carregados emocionalmente, como roupas ou utensílios de cozinha, avançando gradualmente para objetos de maior valor sentimental. Manter um ritmo constante e não se sentir pressionado a terminar rapidamente são outros conselhos fundamentais.
A partilha também é incentivada. Presentear amigos e familiares com itens que ainda possam ter utilidade é uma forma de manter o legado pessoal, ao mesmo tempo que se alivia o peso da acumulação.
Impacto cultural
A Limpeza Sueca da Morte ganhou adeptos em todo o mundo, não apenas entre os mais velhos, mas também entre aqueles que procuram um estilo de vida mais minimalista. A prática reflete uma mudança cultural no modo como as pessoas encaram o consumo e o desapego, incentivando a valorização do essencial.
Sem pretensões de ser uma solução universal, a prática destaca-se como uma abordagem reflexiva e prática para lidar com os objetos acumulados ao longo da vida, oferecendo tanto uma organização material quanto emocional.
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