Com a chegada dos meses mais quentes, os hábitos alimentares tendem a mudar e um determinado produto de verão volta a estar em destaque: os gelados. Este ano, contudo, o consumo poderá ser acompanhado por um aumento considerável de preços.
A principal explicação para este cenário é a subida do valor do óleo de coco, ingrediente amplamente utilizado na produção industrial de gelados. A informação foi divulgada num vídeo publicado pela conta @directopaladar, na rede social TikTok, que aponta várias razões para o encarecimento.
Produção mundial afetada por fenómenos climáticos
De acordo com o autor da publicação, os impactos de fenómenos meteorológicos adversos estão a prejudicar a produção de óleo de coco nos principais países exportadores. Indonésia, Índia e Filipinas, que representam quase metade da produção mundial, registaram quebras significativas nas colheitas.
Com menos matéria-prima disponível, os preços começam a subir nos mercados internacionais. Esta pressão reflete-se ao longo de toda a cadeia de produção, incluindo na indústria alimentar que fabrica gelados.
Procura crescente em outros sectores
A subida do preço do óleo de coco não se deve apenas à quebra de produção. A procura tem aumentado de forma acentuada em várias indústrias, nomeadamente na cosmética e na nutrição, onde o produto é promovido como suplemento alimentar, explica a Executive Digest.
Esta tendência tem contribuído para uma escassez crescente e gerado competição entre diferentes sectores, que tentam assegurar o fornecimento necessário para manter a sua atividade.
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Nova concorrência para a matéria-prima
Além do setor alimentar e cosmético, o óleo de coco passou também a ser utilizado como matéria-prima na produção de biodiesel. Esta nova utilização está a introduzir um fator adicional de pressão sobre os recursos disponíveis, refere a mesma fonte.
A utilização do óleo de coco como combustível está a transformar a dinâmica do mercado, criando um novo concorrente direto pela matéria-prima e reduzindo ainda mais a oferta disponível para as restantes indústrias.
Impacto no consumidor final
A conjugação destes fatores está a ter efeitos diretos no preço final dos gelados, produto de verão amplamente consumido. Com o aumento do custo dos ingredientes, os produtores enfrentam dificuldades em manter os preços habituais sem comprometer margens ou qualidade.
O resultado poderá ser visível já nas próximas semanas, com valores mais elevados nas prateleiras de supermercados e estabelecimentos de restauração.
Possíveis implicações no retalho alimentar
Para além do consumidor, o aumento de preços poderá ter impacto nas estratégias de negócio do setor do retalho alimentar e da restauração. A necessidade de reajustar os preços poderá afetar a procura e obrigar à reformulação das ofertas sazonais.
Com o verão à porta, o produto de verão por excelência poderá tornar-se um bem menos acessível, num contexto de pressão inflacionista sobre matérias-primas e cadeias de abastecimento.
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