Entre vinhedos, aldeias históricas e vales verdes, existe um caminho em Portugal que une natureza e património. O percurso é também uma experiência para os sentidos, combinando a contemplação das paisagens com a descoberta de tradições locais.
O Caminho dos Monges, nome pelo qual é conhecido, é um trajeto que recupera a memória de monges que, há séculos, moldaram a região com mosteiros, igrejas e aldeias, deixando marcas ainda visíveis na paisagem e na cultura. É uma forma de viajar no tempo sem perder o contacto com o presente.
De Lamego até Tarouca
O início faz-se em Lamego, cidade marcada por ruas empedradas, praças e monumentos de grande valor histórico. O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios é um dos pontos de destaque antes de seguir o caminho.
A monumental escadaria barroca do século XVIII oferece vistas sobre a cidade e o vale, num cenário que introduz o espírito da viagem. A partir daí, o caminho conduz os visitantes por aldeias e paisagens que refletem a essência do Douro.
Marcos históricos e aldeias
Em Ucanha, a ponte medieval e a antiga portagem recordam episódios de tempos passados. O património religioso está presente na Capela de São Pedro, espaço simples mas carregado de simbolismo.
Seguindo o percurso, Cambres revela-se como um retrato da ruralidade, com casas em granito e vinhedos em socalcos. O quotidiano das aldeias surge em pequenos detalhes, como o cheiro do pão no forno ou o som da água a correr nos ribeiros.
Mosteiro de São João de Tarouca
O final da caminhada conduz a Tarouca, onde se encontra o Mosteiro de São João de Tarouca, fundado em 1169. É um exemplar do românico cisterciense, com uma igreja austera e um claustro que remete para a vida monástica.
Outras capelas e a Igreja Matriz completam a dimensão espiritual da viagem. Cada espaço transporta o visitante para um tempo em que os monges ditavam o ritmo da região.
Paisagem e natureza
A riqueza natural é outro dos pontos fortes do caminho. Entre vinhedos e ribeiros, as vistas do Douro assumem formas diferentes a cada curva. Para quem aprecia fotografia, as imagens tornam-se quase inevitáveis.
Ao amanhecer ou ao pôr do sol, a luz reflete-se nos socalcos e cria cenários que justificam a expressão do publisher online Ekonomista, que referiu que “cada curva revela paisagens dignas de postal”.
Uma experiência que envolve os sentidos
Não é apenas a visão que fica marcada. O caminho em Portugal convida também ao paladar, com queijos, enchidos, azeites e vinhos que fazem parte da identidade local. Acaba por ser uma “experiência sensorial”, como descreve a mesma fonte.
Pequenas adegas e restaurantes ao longo do percurso oferecem paragens que transformam a caminhada numa experiência completa.
Ligação ao vinho e à cultura
O vinho, elemento central da região, surge como parte integrante da experiência. Quintas vinícolas abrem as portas para visitas, provas e até oficinas que ligam os visitantes às tradições. Além disso, há eventos e momentos culturais nas aldeias que reforçam o carácter participativo da viagem.
O Caminho dos Monges é apresentado como um percurso histórico, mas também como uma oportunidade de contacto com a natureza e com a gastronomia.
A cada passo, o visitante encontra marcas de um tempo remoto, mas também sinais de vida quotidiana que mantêm viva a identidade da região. O convite é a desacelerar e a deixar-se envolver por um caminho onde cada detalhe acrescenta valor à viagem.
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