Conduzir é, para muitos idosos, uma forma de manter a autonomia e a independência no dia a dia. No entanto, quando alguém com 94 anos conduz, surgem inevitavelmente questões sobre segurança, saúde e capacidade de continuar ao volante.
O caso de uma condutora em Roda de Ter, na Catalunha, tornou-se mediático pela sua idade e pela forma como encara a condução. Nas redes sociais e em programas de televisão, já é conhecida como “iaia Angeleta”.
Renovação da carta de condução
A idosa foi acompanhada pelo programa ‘Els teloners’ da rádio RAC1 durante o processo de renovação do seu título de condução. Antes da ida ao centro médico, mostrava confiança de que iria manter o documento.
Foram realizadas as habituais provas de visão, audição e coração, que decorreram sem problemas. Depois, enfrentou o exame de coordenação e antecipação, aquele que admitiu ser o mais difícil, citada pelo jornal espanhol Notícias Trabajo.
Confiança e tranquilidade
Segundo os profissionais de saúde, a condutora realizou a prova com mais calma e concentração do que no ano anterior. Ela própria revelou a sua estratégia: imaginar que estava sozinha, sem ninguém a observá-la.
Ao receber a confirmação de que podia continuar a conduzir, mostrou-se satisfeita. Explicou ainda que precisa do carro para tarefas diárias como ir às compras, uma vez que não pode carregar pesos, explica a mesma fonte.
Uma vida inteira ao volante
A sua relação com a condução começou incentivada pelo marido, quando se mudaram para Roda de Ter. Desde então, acumula 45 anos de experiência na estrada. Atualmente, partilha o carro com a bisneta, que acabou de tirar a carta.
Ao longo desse tempo, nunca esteve envolvida em acidentes, refere ainda o Notícias Trabajo. Apenas uma multa por estacionamento irregular consta do seu histórico, segundo relatou em entrevista televisiva.
Debate sobre idade e segurança
Apesar da sua história ser vista como exemplo de vitalidade, especialistas recordam que a idade pode representar riscos na estrada. A professora de condução Rosa Vilas sublinhou que a população mais velha deve ser avaliada com atenção.
Ainda assim, a determinação da condutora foi destacada como positiva. Ela própria garante que deixará de conduzir no dia em que sentir que já não consegue fazê-lo em segurança.
Com 94 anos conduz diariamente o seu carro vermelho pelas ruas da vila e assegura que se sente segura. Diz ainda que os restantes condutores não lhe tocam a buzina e que a sua seguradora nunca teve de pagar qualquer acidente em seu nome.
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