Uma mulher britânica está a alertar outros estrangeiros para os riscos de adquirir casas em Espanha, após ter enfrentado uma longa batalha contra ‘okupas’. O caso ocorreu em Málaga, uma região onde muitos cidadãos britânicos investem em imóveis. A mulher afirma que a experiência foi marcada por perdas financeiras significativas e falta de apoio por parte das autoridades.
Casa herdada foi ocupada em 2023
Louise Bawn, de 53 anos, herdou uma casa de dois quartos no bairro de Sexmo, em Cártama, após a morte do pai. A habitação, avaliada em 160.000 euros, estava em obras quando foi ocupada ilegalmente em fevereiro de 2023. Apesar de ter provas em vídeo da entrada forçada, a justiça não retirou os ‘okupas’ do local.
A proprietária contratou uma empresa de despejo e investiu mais de 20.000 euros em despesas relacionadas com a tentativa de recuperar a casa. Entre os gastos estão voos, estadias e serviços jurídicos. Ainda assim, o processo não teve sucesso, e a casa continua ocupada.
Perdas materiais elevadas
Louise afirmou: “Vou perder mais de 100.000 euros, sem contar o que já foi roubado: dois carros, ferramentas caras e todo o conteúdo da casa e da garagem”. A estimativa inclui ferramentas com elevado valor, painéis solares e uma cozinha nova, que terão sido retirados e vendidos.
A vítima revelou ainda que os carros furtados estavam avaliados em cerca de 15.000 euros. As ferramentas e painéis solares terão um valor estimado de 50.000 euros, agravando o impacto da ocupação.
Nova ocupação após intervenção policial
Em setembro de 2024, a polícia interveio após suspeitas de tráfico de droga na casa. Louise conseguiu reentrar na habitação nesse dia. No entanto, apenas cinco horas depois, a casa foi novamente ocupada por outra pessoa. A vítima acredita na existência de uma rede organizada de ocupações.
Segundo o seu relato, os indivíduos que voltaram a ocupar a casa não eram os mesmos que estavam inicialmente no local. Apesar da existência de gravações de vídeo, não houve medidas eficazes por parte das autoridades.
Polícia questionada e sem resposta legal
Louise indicou que a Guarda Civil acreditou em várias ocasiões na versão dos ‘okupas’, que alegavam viver na casa há dois anos. A falta de resposta eficaz das forças de segurança levou a vítima a questionar a atuação das autoridades espanholas.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico respondeu-lhe por escrito que não podia intervir em assuntos legais de outro país. Perante a ausência de resolução, Louise decidiu vender o imóvel por apenas 30.000 euros, valor muito abaixo da avaliação.
Recomendações da vítima
A mulher recomenda agora cautela a quem tencione comprar casa em Espanha. Aconselha a instalação de alarmes com ligação a centrais de segurança, evitar deixar imóveis vazios e contratar seguros contra ocupações. Apesar disso, reconhece que nenhuma medida é totalmente eficaz contra os ‘okupas’.
Louise considera que parte do problema reside nas próprias leis espanholas, que dificultam o despejo imediato, mesmo em casos de arrombamento. Sublinha que o sistema favorece os invasores, em detrimento dos legítimos proprietários.
Críticas à legislação espanhola
A vítima critica a legislação em vigor em Espanha, afirmando que a realidade é muito diferente da imagem transmitida em programas televisivos sobre a vida no sul da Europa. Sublinha que a posse de uma casa pode transformar-se num problema grave e dispendioso.
Louise alerta também que a situação pode ocorrer com qualquer pessoa que deixe uma casa desocupada por períodos prolongados. Refere que os procedimentos legais são lentos e ineficazes mesmo quando existem provas do arrombamento.
Caso com visibilidade internacional
O caso foi noticiado pelo Daily Mail, tendo sido posteriormente retomado por vários meios de comunicação britânicos e internacionais. A divulgação do episódio visa alertar outros potenciais compradores para os riscos associados à compra de imóveis na região.
Vítima não pretende regressar a Espanha
Perante os acontecimentos, Louise Bawn afirmou que não tenciona regressar a Espanha. Afirmou também que não voltaria a investir em imóveis no país. Sublinhou que os prejuízos financeiros e o desgaste emocional foram demasiado elevados.
Apesar da denúncia pública e das intervenções pontuais da polícia, o processo continua sem uma resolução judicial favorável à vítima. A casa permanece ocupada, e a situação permanece num impasse legal. O caso levanta preocupações sobre a proteção dos direitos dos proprietários em Espanha.
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