Numa altura em que várias companhias enfrentam ajustes nas suas operações europeias, a Ryanair voltou a estar em destaque devido a uma decisão tomada pelas autoridades aeroportuárias. A companhia perdeu dois horários de aterragem no Aeroporto de Eindhoven, nos Países Baixos, mas a decisão aplica-se apenas às ligações provenientes de Sófia e de Pisa. As rotas da Ryanair entre Portugal e esta cidade neerlandesa, que atualmente incluem voos diretos a partir do Porto, Lisboa e Faro, continuam a operar normalmente e não estão envolvidas neste processo.
Segundo avançou o jornal Independent, a Airport Coordination Netherlands (ACNL), entidade responsável pela atribuição de slots, concluiu que dois voos específicos da transportadora irlandesa chegavam repetidamente fora da hora prevista. A avaliação incidiu sobre a ligação de segunda-feira a partir de Sófia, na Bulgária, e sobre o voo de quinta-feira desde Pisa, em Itália.
Estes atrasos foram considerados persistentes, o que levou à retirada dos dois horários na programação do próximo verão. A penalização é descrita como pouco comum e aplica-se exclusivamente a estas rotas.
Reação da Ryanair à decisão
A companhia afirmou que já apresentou recurso à Comissão Europeia e aos tribunais neerlandeses, argumentando que os atrasos resultavam sobretudo de limitações no controlo de tráfego aéreo. Segundo a empresa, muitos dos voos ultrapassaram a hora prevista em apenas cerca de 15 minutos.
De acordo com a mesma fonte, a Ryanair considera que o critério aplicado pela ACNL é mais rígido do que o praticado na maioria dos aeroportos europeus, onde é dada maior margem para variações deste tipo.
Cortes noutros mercados europeus
A perda destes dois horários coincide com ajustes que a empresa já tinha anunciado para outros países. Em França, a companhia confirmou a retirada de todas as ligações para Bergerac, Brive e Estrasburgo em julho, alegando aumentos de taxas aeroportuárias considerados insustentáveis.
Está também previsto pela transportadora reduzir cerca de 1,2 milhões de lugares na operação espanhola no próximo verão e terminar os voos de e para o Aeroporto das Astúrias.
Decisões baseadas em custos e impostos
Em declarações à revista francesa Challenges, o diretor comercial da empresa afirmou que aumentos significativos de impostos tornam alguns aeroportos economicamente inviáveis. A companhia tem optado por realocar capacidade para regiões onde os encargos são mais baixos, como algumas zonas de Itália que aboliram taxas aeronáuticas.
Apesar dos bons resultados anunciados recentemente, a Ryanair admite que a época de inverno continua a ser desafiante para o setor, o que reforça a necessidade de ajustar operações em mercados mais caros, refere ainda o Independent.
As ligações portuguesas mantêm-se inalteradas
A penalização aplicada pela ACNL não tem impacto nas rotas portuguesas. Os voos diretos da Ryanair entre Portugal e Eindhoven continuam disponíveis, com partidas regulares dos aeroportos do Porto, de Lisboa e de Faro.
Esta decisão neerlandesa é limitada aos voos de Sófia e de Pisa, não havendo indicação de qualquer alteração às ligações com Portugal.
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