Em França, uma mulher de 78 anos enfrenta uma situação inesperada após ver a sua casa ocupada por uma família. Apesar da presença de ‘okupas’, continua a ter de pagar contas associadas ao imóvel, recorrendo apenas à sua pensão mensal inferior a mil euros.
O caso envolve um apartamento em Nantes, herdado do pai em 1998, que era arrendado como forma de complementar os rendimentos. Esse arrendamento permitia-lhe suportar despesas, mas a situação alterou-se quando a saúde da idosa se agravou e o imóvel ficou temporariamente vazio.
Descoberta inesperada
Foi através de um telefonema que a mulher tomou conhecimento da ocupação, revela o jornal espanhol Notícias Trabajo. O administrador de condomínio avisou a família de uma fuga de água, mas rapidamente se confirmou que o apartamento, protegido por código digital, estava ocupado sem autorização.
Segundo declarações da filha à imprensa local, a descoberta foi um choque. O que seria um período de pausa no arrendamento acabou por se transformar num processo legal prolongado.
Processo judicial prolongado
O tribunal reconheceu que a família ocupante era considerada vulnerável. Entre os argumentos apresentados, destacou-se a presença de duas crianças pequenas e a ausência de alternativas de alojamento.
Na prática, essa classificação levou à suspensão do despejo, refere a mesma fonte. A decisão impediu a idosa de recuperar o imóvel, mesmo após 18 meses desde o início do processo.
A pressão financeira
Enquanto a situação se arrasta, a proprietária continua a assumir as despesas da habitação. Entre as responsabilidades estão as quotas de condomínio e as faturas de água associadas ao consumo dos atuais ocupantes.
A filha lamenta que, além de perder o rendimento de cerca de mil euros mensais do arrendamento, a mãe ainda tenha de pagar contas de uma casa que não consegue utilizar. O impacto na sua já reduzida pensão tem sido significativo.
Debate público em Nantes
O caso gerou discussão política e social na cidade. Associações manifestaram apoio aos ocupantes, enquanto alguns responsáveis locais apontam falhas na atuação das autoridades, explica ainda o Notícias Trabajo.
A autarquia de Nantes afirmou que pretende procurar soluções para ambas as partes. Já a prefeitura estuda novas medidas administrativas que possam permitir o despejo acompanhado de uma alternativa habitacional para a família.
A realidade, no entanto, mantém-se inalterada para a idosa. Com 78 anos e uma pensão mínima, continua privada do seu único património, sem conseguir recuperar a casa e obrigada a suportar os custos.
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