A expansão recente da gripe das aves na Europa voltou a colocar os holofotes sobre a segurança alimentar, em particular sobre três tipos de ovos com maior probabilidade de exposição ao vírus: ovos campeiros, ovos biológicos e ovos provenientes de pequenas produções domésticas. Estes sistemas têm maior contacto com o exterior e, por isso, maior possibilidade de interação com aves silvestres, segundo aponta o jornal La Razón.
Nos últimos meses, vários países europeus registaram novos focos de gripe aviária, um vírus que circula sobretudo entre aves migratórias e espécies aquáticas. Esta realidade reacendeu a preocupação sobre a forma como diferentes métodos de produção podem influenciar o risco de contaminação antes da chegada do produto ao consumidor.
A avaliação das autoridades aponta para um risco considerado muito baixo para quem consome ovos devidamente cozinhados, mas há diferenças relevantes entre os diversos modelos de criação. Cada sistema determina o grau de exposição das aves ao exterior e, consequentemente, a probabilidade de contacto com o vírus.
O que distingue os principais tipos de ovos
Os ovos disponíveis no mercado europeu seguem classificações conhecidas, ligadas diretamente ao modo como as aves são criadas. Em sistemas de produção intensiva, como os ovos de galinhas em jaula, as explorações são altamente controladas e obedecem a normas rígidas de higiene. A concentração de aves é elevada, o que facilita a propagação interna caso o vírus entre, mas estes espaços mantêm níveis de biosegurança rigorosos que reduzem substancialmente o risco de entrada.
Nas produções em solo, as galinhas movimentam-se dentro das naves, sem acesso ao exterior. Têm maior contacto entre si, mas continuam protegidas do ambiente exterior. Por esse motivo, o risco é considerado moderado, refere a mesma fonte.
Sistemas com maior exposição ao exterior
Nos ovos classificados como campeiros, as aves têm acesso ao ar livre. De acordo com a fonte acima citada, este contacto com o ambiente natural aumenta a probabilidade de interação com aves silvestres, especialmente as espécies aquáticas que funcionam como reservatório natural do vírus. O mesmo acontece com os ovos biológicos, que seguem normas de bem-estar animal ainda mais exigentes e que incluem igualmente saídas regulares ao exterior.
Este contacto com espaços abertos é considerado um dos principais fatores que elevam o risco de exposição. A proximidade a zonas húmidas ou rotas de aves migratórias é determinante para avaliar a vulnerabilidade de cada exploração.
Ovos de outras espécies e produção doméstica
Existem ainda ovos menos comuns, como os de pato, ganso ou codorniz. Especificamente no caso de patos e gansos, o risco tende a ser superior devido à maior ligação ao meio aquático, onde o vírus circula com mais frequência entre aves migratórias.
Também os ovos provenientes de pequenas explorações domésticas apresentam probabilidade acrescida de estarem infetados. Nestes contextos, o controlo sanitário é reduzido e o contacto com aves selvagens é mais difícil de evitar, tornando-se um dos ambientes mais vulneráveis durante períodos de circulação do vírus.
Há risco para o consumidor?
Segundo aponta o La Razón, as autoridades sanitárias europeias reiteram que o risco de contágio da Gripe das Aves através do consumo de ovos é extremamente reduzido quando o produto é armazenado e cozinhado de forma adequada. O vírus fica inativado a temperaturas de confeção habituais.
Apesar de existirem diferenças significativas entre os modelos de produção, o risco real para o consumidor mantém-se muito baixo. A exposição das aves ao ambiente exterior aumenta a probabilidade de contacto com o vírus, mas o cumprimento das regras de higiene e de confeção continua a ser a principal barreira de segurança para as famílias europeias.
















