Um caso recente em França voltou a chamar a atenção para a questão da ocupação ilegal de imóveis. Uma ‘okupa’ acabou por enfrentar consequências judiciais depois de invadir uma habitação, sem saber quem era o verdadeiro proprietário. O episódio mostra como, por vezes, a escolha da pessoa visada pode alterar por completo o desfecho.
A mulher, de 39 anos, pretendia instalar-se na residência com a filha adolescente. O que não imaginava era que o imóvel pertencia a alguém com conhecimento profundo dos procedimentos legais.
Invasão e reação imediata
O caso ocorreu em Nîmes, no sul de França, segundo o jornal online espanhol Notícias Trabajo. A mulher forçou a persiana de uma casa que pensava estar desocupada, mas que era propriedade de um magistrado.
Perante a situação, o proprietário apresentou de imediato uma queixa formal. O processo seguiu para o tribunal judicial de Montpellier, que analisou o caso e emitiu sentença.
Decisão judicial e condenação
A acusada foi condenada a seis meses de prisão com pena suspensa por dois anos, segundo a mesma fonte. Ficou ainda obrigada a cumprir um tratamento, sob pena de ver a condenação convertida em prisão efetiva.
Caso não cumpra as condições impostas, a filha, de 17 anos, ficará sob tutela. Esta medida visa garantir a proteção da menor em caso de incumprimento.
Histórico de situações semelhantes
O tribunal apurou que não era a primeira vez que a mulher se envolvia em casos de ocupação de imóveis. Em novembro de 2023, já tinha vivido numa casa cujo proprietário sofria de transtorno bipolar.
Nessa ocasião, a entrada foi inicialmente consentida, mas com o tempo a situação alterou-se. A casa passou a ser habitada também pela companheira da acusada, além de vários animais, incluindo um cão, oito gatos e um furão.
Condições da habitação anterior
Quando o proprietário decidiu abandonar o espaço e regressar a casa dos pais, continuou a pagar o arrendamento. Após o despejo, encontrou a habitação em mau estado, com lixo e sujidade, relata ainda o Notícias Trabajo.
A mulher justificou-se dizendo que atravessava dificuldades e afirmou não se considerar uma criminosa. O tribunal entendeu que, nesse caso, não se tratou de ocupação ilegal, uma vez que a entrada foi autorizada inicialmente.
Medidas impostas pelo tribunal
Mesmo com a absolvição nesse episódio, a mulher ficou proibida de se aproximar da casa desse proprietário. Foi também proibida de se aproximar da habitação do magistrado envolvido no caso mais recente.
A decisão judicial tem como objetivo evitar novas situações de conflito. Estas restrições aplicam-se durante o período determinado pelo tribunal.
Questão social e legal
A situação volta a colocar em debate a ocupação ilegal como fenómeno social e jurídico. Em França, tal como noutros países, o número de casos reportados tem aumentado, levando a intervenções rápidas quando a pessoa lesada dispõe de conhecimento legal ou apoio adequado.
Para esta ‘okupa’, a escolha da casa errada resultou numa condenação com condições rigorosas. O caso poderá servir de exemplo para situações semelhantes que cheguem aos tribunais.
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