A Rede Nacional do Património Cultural Imaterial foi “implementada esta segunda-feira pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC)” e “conta já com 17 membros”.
“O grande objetivo desta rede é funcionar como uma plataforma informal de partilha de conhecimento, experiências e boas práticas, visando a salvaguarda do PCI [Património Cultural Imaterial]”, e é “uma oportunidade para o desenvolvimento de metodologias de trabalho e de outras formas de cooperação em torno de um objetivo comum: a qualidade de vida das pessoas pela via do PCI”, afirma a DGPC.
Os “membros convidados e já efetivos da Rede” são “representantes de entidades proponentes de manifestações inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, das Direções Regionais de Cultura (DRC) e de entidades acreditadas pela UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura], que desenvolvem trabalho em torno deste património”, esclarece a DGPC.
Ilha da Culatra e Tavira são membros
Os 17 membros são: a Associação dos Moradores da Ilha da Culatra, no distrito de Faro, a Associação Grupo de Caretos de Podence, as câmaras municipais de Braga, Salvaterra de Magos, Tavira, e Vila do Conde, a Cátedra UNESCO em Património Imaterial e Saber fazer Tradicional da Universidade de Évora, o Centro em rede de Investigação em Antropologia (CRIA), a DGPC, as DRC da Madeira, Alentejo, Norte e Açores, a Junta de Freguesia de Vila Franca do concelho de Viana do Castelo, Memória Cultural CRL, a Fundação Inatel e o Museu Nacional de Etnologia.
O anúncio da rede coincide com o Encontro “Portugal Imaterial: Convenção UNESCO 2003-2023”, que decorreu esta segunda-feira em Évora.
A importância desta Rede “informal e aberta” foi destacada pela subdiretora da DGPC Rita Jerónimo, citada pelo comunicado, por promover “a partilha de conhecimento, experiências e boas práticas, visando a salvaguarda do Património Cultural Imaterial”, e por ter “o propósito de aumentar a qualidade da cooperação em rede e de reforçar o trabalho desenvolvido no terreno”.
Os interessados podem inscrever-se na Rede, quer sejam “organismos, associações e outras entidades que promovam a salvaguarda e valorização do Património Cultural Imaterial, representantes de comunidades, grupos e indivíduos detentores das manifestações de PCI ou especialistas desta área patrimonial”.
A Rede Nacional do Património Cultural Imaterial desenvolve-se em quatro eixos: “identificação e salvaguarda do PCI”, “reconhecimento e promoção”, “documentação, comunicação e mediação” e “redes e parcerias”.
O Encontro “Portugal Imaterial: Convenção UNESCO 2003-2023” foi “o primeiro de três momentos de celebração do 20.º aniversário da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO, que a DGPC vai promover ao longo do ano”.
O segundo momento, “O Território”, está previsto realizar-se em maio e “decorrerá até final do ano, com a disponibilização de uma plataforma digital no ‘website’ da DGPC, em que se pretende criar um local de divulgação e partilha dos diferentes acontecimentos que ocorrem nas várias zonas do país e que celebram o património cultural imaterial”.
O terceiro momento, “A Festa”, decorrerá de 17 a 22 de outubro, em Lisboa, “com várias iniciativas abertas ao público, como concertos, performances, ’workshops’, mostras, espaços de gastronomia, todas elas alusivas a manifestações de património cultural imaterial”.
O Fado, o Cante Alentejano, as Festas do Povo em Campo Maior, no distrito de Portalegre, o Carnaval de Podence, no distrito de Bragança, a Dieta Mediterrânica, a Falcoaria, e o figurado de Estremoz são algumas das expressões culturais nacionais inscritas no PCI da UNESCO.