“Deixem cantar o estudante, música e capa na mão, nós somos a Infantina de todo o coração”. Esta é a primeira estrofe da letra do hino da Real Tuna Infantina, uma das tunas que canta e encanta pelo país em representação da Universidade do Algarve. E na vida académica dizem que há tempo para cantar, estudar, fazer e fomentar amizades e até para momentos boémios.
E fazer parte da tuna é isso mesmo: uma maneira de estar na vida, na esperança que a tradição académica nunca seja perdida. “Ainda existem muitas pessoas que pensam que não passamos de um grupo de bêbedos, que nunca vão acabar o curso e que andam aqui apenas para passar o tempo”, começa por explicar ao Postal do Algarve o ‘magister’ Fábio Anastácio, atual responsável máximo pela Real Tuna Infantina. “Mas tudo isto dá muito trabalho. Nós organizamos o nosso próprio festival, o Mistuna – que já existe desde 2000 -, e somos nós que tratamos de tudo, desde a logística, os apoios, além de que fazemos todos os contactos. Acho que isto quebra o estigma de que a única coisa que fazemos é beber cerveja”.
E se por um lado querem defender a tradição académica, os elementos da Real Tuna Infantina também querem mostrar ao resto do país que conseguem fazer frente às tunas das outras universidades, apesar da camaradagem existente entre os elementos das mais variadas instituições de ensino.
“O que nós fazemos nas nossas atuações, seja em cima de um palco ou até nas ruas, dá muito trabalho. São muitas horas de ensaio, muitas noites sem dormir. Representamos com muito orgulho o Algarve”, conta Fábio Anastácio, que se licenciou em Biologia em 2013 e continua ligado à Universidade do Algarve através da tuna, que conta com quase 60 elementos.
E a dedicação de quem faz parte da tuna algarvia tem-se materializado em inúmeros prémios. “Tentamos ir ao maior número de festivais do país, mas não tem sido nada fácil, pois temos de arranjar apoios, transporte. Mas penso que até tem corrido bem. E é através dessas viagens e desse intercâmbio de experiências que conseguimos demonstrar aquilo que somos”.
E a Real Tuna Infantina promete muito mais no futuro, nem que seja manter bem aceso o espírito académico. “Temos imenso orgulho em pertencer à tuna, tentamos fazer de tudo para ajudar no seu desenvolvimento, mas também transmitir conhecimentos e valores a todos aqueles que chegam e já frequentam a Universidade do Algarve”.
Tuna ‘rouba’ seis prémios em Viseu
As inúmeras participações da Real Tuna Infantina em festivais têm sido uma excelente montra da dedicação e do trabalho efetuado desde que a tuna foi fundada em 1995.
“Em Lisboa já somos muito conhecidos, mas o mesmo não acontece no resto do país”, começa por dizer Fábio Anastácio, que ainda recentemente liderou a tuna até mais um momento glorioso. “Em outubro fomos a Viseu pela primeira vez, ninguém nos conhecia, e regressámos ao Algarve com seis prémios (na história a tuna conta com 149 prémios). Quando vamos a um festival é para ganhar. É isso que fomentamos, seja contra quem for”.
E mesmo que não haja direito a prémio, todos terminam a participação “de cabeça erguida”. “Acabamos sempre com a consciência que demos o nosso melhor. Os prémios têm sido o resultado do trabalho nos últimos anos, em que temos investido cada vez mais nos nossos elementos. São as pessoas que levam a tuna para a frente”.
De Viseu a Real Tuna Infantina trouxe na bagagem os prémios de Melhor Serenata, Melhor Solista, Melhor Instrumental, Melhor Adaptação, Melhor Desempenho Vocal e, mais importante que tudo, Melhor Tuna.
- Por João Tavares
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