O Plano Nacional Ferroviário, colocado em discussão pública pelo Governo de António Costa inscreve um dos mais importantes investimentos em termos de mobilidade e competitividade futura do Algarve para o qual devemos convergir o nosso apoio coletivo.
A ligação ferroviária à Andaluzia, prevista no Plano Nacional Ferroviário, permitirá que o Algarve fique ligado por comboio à Europa e ao grande corredor transeuropeu do Mediterrâneo, que termina na Hungria mas também a outro eixo ferroviário, conhecido pelo corredor de mercadorias ou do Atlântico, até à Alemanha.
A ligação ferroviária à Andaluzia, um velho sonho do Algarve que ficou fortemente adiada com a decisão tomada pelo PSD de Cavaco Silva de construir a Ponte Internacional do Guadiana sem prever a possibilidade da travessia do comboio, assume uma importância estratégica para a nossa economia, tendo em conta que a Comissão Europeia pretende que as deslocações internas, de 300 até mesmo 600 quilómetros, privilegiem o transporte ferroviário em detrimento do avião.
“A proposta de alteração ao Orçamento de Estado apresentada pelas deputados do PSD Algarve segue o comportamento dos cucos”
É uma escolha com base na diminuição da pegada carbónica, estima-se que o comboio emita entre 14 e 27 vezes menos CO2 do que o transporte aéreo, e que visa contribuir para o combate às alterações climáticas na Europa.
A ligação a Sevilha e a continuação desta linha de alta velocidade de Faro até Lisboa, com a obrigação da terceira travessia sobre o rio Tejo, passando por Beja, Évora para além de estabelecer uma nova ligação do Algarve à capital de Portugal, permite ao sul do país, designadamente Faro, Beja e Évora constituírem-se enquanto vértice do corredor do Atlântico, via Badajoz – Madrid até Mannhein na Alemanha.
Da Hungria até Faro, passando por Sevilha e de Faro até à Alemanha, passando por Lisboa. Um comboio do Algarve para toda a Europa.
Ainda na ferrovia, o Governo propõe que seja também efetuado um investimento na atual linha de comboio Tunes-Lisboa, estimado em 200 milhões de euros, capaz de diminuir a viagem em 30 minutos, mantendo uma ligação Algarve a Lisboa que para além de servir melhor todo o Barlavento do Algarve mantém uma capilaridade de paragens que a alta velocidade não permite.
Estes são investimentos estruturantes que nos devem mobilizar e que devem ser apoiados por todos, independentemente de questões partidárias. Os algarvios merecem que sobre este assunto pensemos todos no Algarve enquanto região e que durante a discussão pública do Plano Nacional para a Ferrovia afirmemos o nosso apoio unânime aos investimentos nele previstos para o Algarve e para o grande sul de Portugal.
Os Cucos e o Orçamento de Estado
Uma última nota. Os cucos são conhecido por colocarem os seus ovos no ninho de outros pássaros que os criam pensando serem seus… a proposta de alteração ao Orçamento de Estado apresentada pelas deputados do PSD Algarve segue o comportamento dos cucos… de que serve o PSD propor em novembro a inscrição na Lei do Orçamento de Estado para 2023 do novo Hospital Central do Algarve se em setembro passado o Governo já havia aprovado a constituição de uma Parceira Público Privada para a sua construção? Cucos…