Homens Inteligentes, Pensadores, Filósofos, Intelectuais e Líderes de Opinião, ACUDAM!!! o Mundo está a arder!!! É preciso extinguir o fogo que ameaça consumir a nossa civilização.
Não podemos permitir que os NEROS do nosso tempo continuem, alegres e desafinados, a tocar as harpas do nosso descontentamento, quais actores sem imaginação nem talento.
O mundo atravessa, actualmente, uma crise civilizacional profunda e sem precedentes, cuja tendência é de agravamento no futuro.
As correntes políticas, sejam elas democráticas ou não, económicas, sociais, filosóficas, científicas, intelectuais e religiosas vigentes, revelam uma incapacidade latente em lidar com as mudanças em curso e, por essa via, com as novas realidades decorrentes dos avanços tecnológicos, aumento exponencial da população, alterações climáticas, problemas ecológicos e ambientais, mundialização e globalização do conhecimento, conquistas espaciais, etc.
“Para o Papa Francisco, ‘estamos no mesmo barco: ou nos salvamos todos, ou ninguém se salva'”
A falta de articulação e interligação entre as várias interpretações da realidade das coisas, factos e acontecimentos, uma consequência de um jogo de interesses demasiado classista e egocêntrico, impede um entendimento saudável entre as várias sensibilidades existentes.
Sabemos que a crise do processo civilizacional já não se resume, somente, ao desafio de enfrentar as crises do sistema económico, como aconteceu no passado, mas antes àquilo que parece ser uma falência do próprio sistema, aliada a uma manifesta incapacidade dos poderes instituídos em gerir e, sobretudo, resolver os problemas que a vêm afectando negativamente.
A história diz-nos que as civilizações também morrem. Cataclismos naturais, alterações climáticas, subversão dos valores éticos e morais, conflitos armados e, muito principalmente, a recusa das classes dirigentes e, sociedade em geral, em aceitar mudanças inevitáveis nas respectivas estruturas de poder, estão na origem da extinção de muitas civilizações ao longo dos séculos.
É verdade que as identidades culturais e religiosas continuam a ser a grande fonte de conflitos, sendo essa uma das principais razões das diversas frentes do combate civilizacional na actualidade.
Em boa verdade, ainda não aprendemos a conviver com a presença de religiões que oferecem soluções particulares de harmonização do espírito humano, nem com a diversidade de ideias e opiniões, nem conseguimos vincular essa diversidade aos valores da liberdade, do progresso e da convivência humana.
Temos de ser capazes de admitir, com mais naturalidade, o facto de o mundo e a existência humana comportarem diferentes visões interpretativas das coisas da vida e dos acontecimentos que a regem e influenciam.
A descendência divina implica a distinção entre ser humano e personalidade humana. A personalidade humana, já agora, representa a consciência, construída ao longo da vida, mas plasmada em valores e crenças determinadas pelas circunstâncias dessa mesma vivência.
A humanidade precisa recuperar o espírito de liberdade que floresceu nas sociedades profanas desde o iluminismo, no século XVIII, e influenciou para sempre as grandes conquistas conseguidas em acontecimentos mundiais como a Independência dos Estados Unidos, a Revolução Francesa, a Revolução Russa e a Independência do Brasil, por exemplo.
Estes valores estão, infelizmente, cada vez mais em causa, consubstanciados no acentuar da crise civilizacional que enfrentamos e cujos efeitos vislumbramos, clara e objectivamente, no horizonte que nos ocupa.
Porém, numa altura em que está em causa o aperfeiçoamento social e intelectual do homem, as elites mundiais não podem nem devem auto-excluir-se deste processo, actuando por omissão.
O obscurantismo e a ignorância são os grandes inimigos e destruidores da humanidade, na medida em que se opõem e, simultaneamente, impedem a construção de uma consciência humana clarividente, esclarecida e luminosa.
O nossos Pensadores e Filósofos devem comprometer-se, definitivamente, na construção de uma retórica e uma narrativa potencialmente inspiradoras de uma evolução filosófica, justificativa das transformações civilizacionais em curso, enquanto melhor forma de evitar rupturas e conflitos irreversíveis e sem retorno.
Para o Papa Francisco: “Estamos no mesmo barco: ou nos salvamos todos, ou ninguém se salva”. A escolha é essa: “ou formamos uma aliança global para cuidar da Terra e, uns dos outros, ou arriscamos a nossa destruição e a diversidade da vida”.
* O autor não escreve segundo o acordo ortográfico