O futuro metro de superfície entre as cidades algarvias de Olhão, Faro e Loulé terá 38 quilómetros de extensão e vai beneficiar 185 mil pessoas, cerca de 40% da população do Algarve, segundo um estudo preliminar apresentado esta quarta-feira.
“Este projeto é um projeto verdadeiramente estruturante da articulação entre três concelhos que sendo vizinhos estão na prática a uma enorme distância se não estiverem devidamente articulados, disse o primeiro-ministro, António Costa, em Olhão onde se deslocou para assistir à apresentação incluída no roteiro da iniciativa “Governo Mais Próximo” que se realizou esta quarta e quinta-feira no Algarve.
O metro ligeiro entre Olhão, Faro e Loulé terá 38 quilómetros de extensão e 24 paragens, servindo cerca de 185 mil residentes nos três concelhos (40% da população algarvia), dos quais 70 mil de residentes a menos a 600 metros de uma paragem.
As tabelas preliminares de custos totais do projeto apontam números que podem ir até 300 milhões de euros, tanto a solução apoiada em veículos elétricos, como a apoiada em veículos a hidrogénio.
“Ajudamos, com este financiamento, a potenciar a base económica de toda a região”, disse o primeiro-ministro, acrescentando que o investimento deverá de ser feito ainda durante o período de programação de fundos estruturais que termina em 2030.
Segundo o estudo prévio, poderão ser feitas cerca de 40 mil viagens por dia
A futura linha irá passar por três estações ferroviárias (Parque das Cidades, Bom João e Olhão) e equipamentos e serviços “fundamentais” na região, como o Aeroporto Internacional Gago Coutinho (nove milhões de passageiros, cinco mil trabalhadores) e o polo de Gambelas da Universidade do Algarve (5,3 mil estudantes).
De acordo com o estudo prévio, poderão ser feitas cerca de 40 mil viagens por dia, estando em estudo eventuais extensões da linha a Albufeira e à Fuzeta.
“Sei bem que nem sempre é fácil os concelhos entenderem-se para trabalhar em conjunto, sobretudo num projeto que não serve especificamente qualquer deles mas que só faz total sentido servindo os três em conjunto”, concluiu António Costa
Por seu lado, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento (CCDR) do Algarve, José Apolinário, sublinhou que a cerimónia de apresentação significava o “pontapé de saída” de um projeto em que os algarvios têm a “ambição de fazer avançar” um plano “estruturante para a região”. A CCDR do Algarve é a entidade que desenvolveu o estudo sobre metro ligeiro no eixo Loulé, Faro e Olhão, onde foram avaliadas cinco possibilidades de variantes de traçado, assim como diferentes opções tecnológicas.