Comummente associa-se o acto de expor um trabalho artístico ao mostrar o belo, de dar a conhecer o que é aprazível e estético. É o que o público espera de uma exposição seja qual for a arte em causa e na qual a fotografia não é exceção. Ela até sofre mais com a indiferença do mundo atual, onde os mais de 3 mil milhões de imagens, e as cerca de 800 mil horas de vídeo partilhadas diariamente, tornam mais difícil captar alguma atenção e não ser meramente mais uma neste oceano imagético.
Para escapar a este paradoxo em que a imagem deixa de ter a sua função de captar a atenção, de passar uma mensagem, a ALFA desenvolveu o conceito de LPI – Large Photo Installations – no qual a partir de estruturas urbanas de design próprio, faz a exposição de fotografias de grande dimensão em locais de forte circulação de pessoas. Foi assim em Faro e depois em Estoi e Santa Bárbara de Neve, com a exposição “A Sul Profundo” que apresentou um conjunto de fotografias subaquáticas captadas no mar do Algarve e na Ria Formosa.
O conceito de ativismo fotográfico resulta da procura em alertar e consciencializar o público para toda a problemática das alterações climáticas, mas também do facto de os oceanos e os sistemas a ele afetos, como as zonas lagunares, serem possivelmente das zonas mais sensíveis e afetadas.
Ainda nesta vertente de usar uma exposição fotográfica como forma de ativismo, não ecológico e ambiental como anteriormente, mas social e comunitário, decorre a mais recente exposição “Rostos da Insulina”, que retrata 11 rostos de pessoas cuja atividade profissional ou o seu historial clínico as faz ter uma relação de proximidade com a insulina, uma hormona essencial às pessoas que padecem de Diabetes Mellitus. Esta exposição encerra o projeto “A insulina sai à rua”,organizado pela associação AEDMADA em parceria com o CHUA – Centro Hospitalar Universitário do Algarve, no sentido de comemorar o centenário da descoberta da insulina e desta forma transformar o tratamento desta doença crónica (a do tipo 1).
Os retratos foram captados por 5 associados da ALFA, reunindo um misto de fotógrafos a tempo inteiro e outros a tempo parcial, tendo por missão integrar esta exposição e com ela lembrar ao público o trabalho feito no Algarve na área da saúde e alertar para o impacto da Diabetes no dia a dia das pessoas, pois ao termos esta informação ficamos sensibilizados para o esforço que enquanto sociedade temos que desenvolver para o diagnóstico, monitorização e tratamento constante que a Diabetes exige.
Esta exposição estará patente no Mar Shopping durante todo o mês de abril e é feita em conjunto com a Urban Sketchers Algarve, que integraram, com a ALFA, o conjunto de parceiros ligados ao projeto da comemoração do centenário desta descoberta.