Os governos são os piores inimigos da competitividade económica, quer porque a fiscalidade é elevada, quer por falta de equipamentos e infraestruturas necessárias à afirmação e diferenciação qualitativa das ofertas e produtos que comercializamos, quer pela falta de estímulos financeiros às empresas exportadoras, quer ainda por insuficiência de bons serviços de apoio, envolvente de qualidade, promoção adequada, etc.
O turismo contemporâneo surgiu na Europa no final dos anos 50, no seguimento do sucesso das medidas económicas de excepção implementadas após a II Grande Guerra – o Plano Marshall.
As conquistas sociais proporcionadas pelos regimes democráticos europeus, aliadas a uma tecnologia emergente – o avião – que democratizou e massificou o transporte aéreo –, catapultaram o turismo para o primeiro lugar do ranking da economia mundial em pouco mais de 50 anos.
“O turismo da era moderna chegou ao Algarve em meados da década de sessenta, tendo os primeiros hotéis sido construídos em Monte Gordo (Vasco da Gama), Armação de Pêra (Garbe) e Sagres (Baleeira), curiosamente todos pertencentes a famílias algarvias”
Assim, os povos do centro e norte da Europa começaram, a partir do final da década de cinquenta, a fazer férias nos países do Sul em busca de melhores condições climatéricas e da cultura milenar existente em toda a bacia do mediterrâneo.
O turismo da era moderna chegou ao Algarve em meados da década de sessenta, tendo os primeiros hotéis sido construídos em Monte Gordo (Vasco da Gama), Armação de Pêra (Garbe) e Sagres (Baleeira), curiosamente todos pertencentes a famílias algarvias.
Em Portugal, a actividade turística acompanhou as tendências mundiais, constituindo, hoje, um dos aspectos mais relevantes da economia portuguesa e assumindo-se como um dos sectores indispensáveis e mais importantes na condução das políticas macroeconómicas do País.
Um dos maiores desafios do turismo nacional é, no actual contexto, ser capaz de responder às exigências da competitividade, uma consequência directa do fenómeno da globalização das economias, das sucessivas crises e instabilidades internacionais e do mais que previsível crescimento sustentado do sector à escala mundial.
Neste contexto, assume relevância especial a necessidade da requalificação e reequilíbrio da oferta, o que exige apoios financeiros que facilitem a remodelação e modernização de unidades hoteleiras e a valorização de zonas urbanas e turísticas saturadas, assim como condições de financiamento para investimentos em áreas da oferta que se revelem essenciais para o esbatimento da maior fraqueza regional – a sazonalidade.
Existe no seio dos algarvios em geral um sentimento de injustiça que assenta no facto da região, apesar de ser a maior e mais importante zona turística portuguesa, não ter visto reflectida a sua importância relativa em motivadores benefícios financeiros que tivessem permitido superar alguns dos problemas mais prementes com que o Algarve se vem defrontando desde sempre.
O relacionamento do turismo com o ambiente e o ordenamento do território é, presentemente, um dos factores mais significativos de competitividade nos mercados internacionais, fazendo do turismo a actividade económica portuguesa mais competitiva em termos de sustentabilidade.
Neste sentido, o contributo do turismo para a afirmação da imagem de Portugal no mundo, deve ter no horizonte, a valorização do sector, com tudo o que isso implica a diversos níveis.
O fomento da escala e competitividade do nosso turismo torna, urgente e necessário, que os serviços da administração pública, bem como os responsáveis ao mais alto nível da governação, tenham um maior e melhor entendimento da substância da actividade turística na economia e a sua importância estratégica na vida e sociedade portuguesa.
O turismo de qualidade, o nosso maior desígnio competitivo, só pode ser o da qualidade da oferta em todas as componentes da vasta gama de preços e serviços, incluindo os valores históricos, culturais, arquitectónicos, naturais e ambientais.
O posicionamento competitivo do nosso turismo, vai depender em grande medida da nossa capacidade em administrarmos eficientemente os nossos recursos, enquanto quadros de referência estratégica, convergência e valorização competitiva do nosso País, no respeito por uma equidade social e prosperidade económica para todos.
* O autor não escreve segundo o acordo ortográfico