O turismo impulsionou o crescimento do PIB acima da média europeia, mas nem tudo são rosas. Como se ganha mal e os horários são muito duros, a solução pode passar por recrutar imigrantes para o verão.
A falta de mão-de-obra no turismo algarvio levou a Região de Turismo do Algarve a realizar visitas de intercâmbio a Marrocos e Cabo Verde para desenvolver programas que permitam o recrutamento de trabalhadores, anunciou o organismo regional.
Segundo a Região de Turismo do Algarve (RTA), a viagem a Marrocos já está a decorrer e termina no sábado, seguindo-se a visita de intercâmbio a Cabo Verde, entre terça-feira e dia 15 de julho.
Estas visitas pretendem “promover a boa gestão da migração laboral e a rápida resposta à contratação de recursos humanos para o setor do turismo no Algarve”.
O Turismo do Algarve, que está associado à Organização Internacional para as Migrações (OIM Portugal) neste projeto, sublinhou que a iniciativa tem “como principal objetivo o desenvolvimento de programas de migração laboral” para poder “responder rapidamente à procura de mão-de-obra qualificada para setores onde existe uma maior carência (turismo e agricultura)”.
Desta forma, asseguram-se “as necessidades dos empregadores e a criação de caminhos seguros para a migração de possíveis trabalhadores estrangeiros”, sublinhou o organismo regional num comunicado.
“A falta de mão-de-obra é, atualmente, a principal dificuldade do turismo algarvio e, com estas ações com a chancela da OIM Portugal, esperamos abrir as portas para mitigar diferentes problemas ao nível do recrutamento”, afirmou o presidente da RTA, João Fernandes, citado no comunicado.
A mesma fonte argumentou que este trabalho garante a “regulação de acordos de mobilidade que assegurem boas oportunidades para trabalhadores migrantes e que certifiquem o respeito pelos direitos humanos”.
Além disso, mitiga “o risco de exploração laboral e a exposição a riscos de tráfico humano”, acrescentou.
A RTA adiantou que vai “assumir um papel fulcral na colaboração em áreas como o acompanhamento da implementação do projeto”, a “definição de estratégias de trabalho no Algarve, em conjunto com associações setoriais do turismo e atores locais” ou a “identificação e facilitação de contactos de empresários/empregadores interessados em participar no projeto”.
Serão ainda identificadas, assinalou, as “principais necessidades de mão-de-obra e constrangimentos do setor turístico no recrutamento de migrantes”.
“A visita a Marrocos e Cabo Verde ocorre na sequência de uma sessão de informação já realizada no início do ano no âmbito do projeto ‘Promoção de uma Boa Gestão da Migração Laboral para Portugal’, cofinanciado pelo Fundo Asilo, Migração e Integração (FAMI) da União Europeia”, acrescentou a RTA.
O Turismo do Algarve indicou ainda que colaboram no projeto o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), a Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA), a Associação dos Horticultores, Floricultores e Horticultores dos Municípios de Odemira e Aljezur (AHSA) e empresas do setor da agricultura.