O Algarve passou a ter um biobanco, um banco de células estaminais, um centro de Entomologia e um laboratório de Genética, localizados num edifício que foi inaugurado em Loulé esta terça-feira, disse o presidente do Algarve Biomedical Center (ABC).
Em declarações à Lusa, Pedro Castelo Branco destacou a importância destes equipamentos – que estão localizados num único espaço, o Edifício Outreach -, para a investigação biomédica e os serviços de saúde do distrito de Faro.
“Este edifício pretende colmatar algumas necessidades que a região tem vindo a ter na área da Saúde, mais especificamente em áreas em que, efetivamente, o Algarve não tinha essas capacidades”, afirmou o líder do consórcio que une a Universidade do Algarve (UAlg) e a Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve.
O presidente do ABC enalteceu o apoio da Câmara de Loulé, que cedeu o terreno com um edifício que estava devoluto, mas onde foi construído um novo, com mais cerca de 350 metros quadrados de áreas de laboratórios, num investimento acima de dois milhões de euros, “só a infraestrutura e sem equipamentos”, com o apoio de fundos comunitários.
O Edifício Outreach vai acolher um laboratório de Genética que estava em funcionamento em instalações provisórias na UAlg e que vai permitir dar “apoio às pessoas que precisam de análises na área da genética médica”, indicou Pedro Castelo Branco, frisando que o espaço conta com pessoal especializado para lidar com os equipamentos e tratar os dados.
Outra valência disponível no novo edifício em Loulé é um biobanco, que “também é uma necessidade premente” na região, salientou Pedro Castelo Branco, exemplificando que esta estrutura permite armazenar “tecidos, sangue ou soro”.
“Estes materiais podem ser guardados da forma devida e depois utilizados no futuro para linhas de investigação e responder a perguntas específicas sobre aquilo que são as características das pessoas que vivem no Algarve”, esclareceu, frisando que este trabalho permite, por exemplo, identificar o que caracteriza as mulheres que padecem de cancro de mama na região.
No novo equipamento em Loulé vão também poder-se “armazenar células estaminais do cordão umbilical”, para poderem “ser utilizadas mais tarde” em pessoas que fizeram esta doação ou este armazenamento “para determinado tipo de terapias”, referiu.
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