Fomos a Armação de Pera visitar Erica Kitzman, uma advogada norte-americana que escolheu o Algarve para gozar a reforma num local com bom tempo e belas paisagens, mas a sua paixão pelo voluntariado não se aposentou e continua a ajudar os mais necessitados.
Erica convictamente declara que “tal como qualquer outra instituição de caridade, as organizações dirigidas por imigrantes existem para fornecer ou complementar os membros da comunidade com bens e serviços necessários. Alguns centram-se em toda a comunidade, enquanto outros centram-se nas necessidades dos imigrantes. No Algarve temos instituições de caridade, temos sorte de ter estas dirigidas por imigrantes que fornecem alimentos, roupas e apoio escolar para toda a comunidade”.
Esta advogada sublinha que “existem também instituições de caridade especializadas em aumentar a segurança dos residentes. Alguns prestam apoio aos bombeiros, às vítimas de violência doméstica e ao acolhimento e integração dos refugiados”.
Erica reforça a sua ideia, esclarecendo que “não são apenas os destinatários dos serviços que beneficiam. O voluntariado também beneficia cada voluntário individualmente. É amplamente conhecido que os voluntários muitas vezes desfrutam de melhor saúde e bem-estar físico e mental, mais confiança, novas habilidades e valiosa experiência de trabalho. Um senso de conexão com outras pessoas na comunidade”.
Para dar mais força à sua ideia, Erica alega que “as comunidades também beneficiam. O voluntariado humanitário é um ato transformador que não só beneficia os indivíduos, mas também tem um impacto profundo nas comunidades. Quando os indivíduos dedicam o seu tempo, competências e recursos a ajudar os outros, contribuem para a melhoria da sociedade como um todo”.
Com entusiasmo Erica acrescenta que “as instituições de caridade fundadas e que integram imigrantes de uma forma significativa estão numa posição única para ajudar no objetivo da Agência para as Migrações, Integração e Asilo (AIMA), de integrar com sucesso os recém-chegados nas suas comunidades. Não é segredo que os imigrantes chegam a um novo país com um risco elevado de encontrar desigualdades baseadas na identidade. Portugal está entre os melhores países para se viver por causa da segurança e da paz”.
Erica conclui que “quando os imigrantes se voluntariam lado a lado com os cidadãos originais, a partilha cria amizades e as amizades criam ajuda mútua. Há um compartilhamento orgânico que ocorre durante as sessões de trabalho voluntário, que ajuda os imigrantes a descobrir o acesso a todos os tipos de oportunidades sociais, incluindo como navegar em escritórios governamentais”.
A advogada norte-americana também apela a que se juntem ao grupo “Portugal Charity Chat, com sede no Algarve, liderado por imigrantes, fundado em 2017 para aumentar o conhecimento e a cooperação entre instituições de caridade”.
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