A evolução dos meios tecnológicos tem permitido à sociedade reconhecer gradualmente as suas potencialidades. As compras “online” são prova disso. Apesar de já se falar de “E-Commerce” em Portugal desde o início da década, foi apenas nos últimos anos que se começou a notar um aumento sustentado das compras “online”.
Entre os sectores mais robustos está o das apostas desportivas. Existem diversos sites associados ao segmento. Para saber mais, veja ainda mais informações. Ao todo, estima-se que o valor do comércio eletrónico B2C tenha alcançado, em 2020, em Portugal, quase oito mil milhões de euros. De acordo com os dados da Associação da Economia Digital (ACEPI), no seu estudo “Economia e Sociedade Digital em Portugal 2020”, citado pelo Jornal de Negócios, os portugueses estão mais digitais e o “E-commerce” está a alavancar o crescimento e a internacionalização das empresas portuguesas.
O mesmo estudo refere ainda que se trata de um crescimento rápido e muito significativo “que constitui uma oportunidade única para as empresas acelerarem e otimizarem a sua estratégia de comércio digital e explorarem oportunidades de crescimento em novos canais, incluindo marketplaces e D2C”. Ou seja, verifica-se uma penetração da internet em Portugal, com valores próximos da média europeia, um crescimento do número de compradores “online”, do volume e frequência das compras, bem como a aceleração da transformação digital.
Recentemente, o Instituto Nacional de Estatística (INE) também se debruçou sobre a análise do volume do comércio eletrónico, concluindo que a sua respetiva taxa de utilização aumentou 5,2 pontos percentuais em 2021, face a 2020, para 40,4 por cento. É de frisar que estes valores surgem num ano em que a percentagem de agregados familiares com ligação à internet em casa, através de banda larga, também cresceu, situando-se agora em 84,1 por cento. “Em 2021, 40,4 por cento das pessoas dos 16 aos 74 anos efetuaram encomendas pela internet, mais 5,2 pontos percentuais do que no ano anterior”, avançou o INE, no estudo a que o ECO teve acesso.
Os dados evidenciam ainda que a taxa de utilização aumentou, sobretudo no caso das mulheres, uma vez que, neste grupo, ocorreu um acréscimo de 8,8 pontos percentuais, em termos homólogos, para 43,2 por cento. Já entre os homens, a subida foi de 5,8 pontos percentuais, para 37,4 por cento. Porém, o INE indica ainda que se notou um decréscimo homólogo do valor monetário despendido. Isto é, em 2021, houve menos utilizadores a gastar 100 euros ou mais, mantendo-se, no entanto, preponderante o grupo de utilizadores que gastaram entre 100 aos 499 euros em compras “online”.
O padrão dos produtos ou serviços encomendados é idêntico ao de 2020, continuando a predominar a procura dos utilizadores do comércio eletrónico por “roupa, calçado e acessórios de moda (69 por cento, em 2021, e 60,4 por cento, em 2020) refeições em ‘takeaway’ ou entrega ao domicílio (46 por cento, em 2021, e 38,2 por cento, em 2020) e filmes, séries ou programas de desporto (34,9 por cento, em 2021, e 34,3 por cento, em 2020).
Os números parecem demonstrar que Portugal está no caminho certo, contudo, apesar da evolução, a proporção de utilizadores do comércio eletrónico no país ainda continua a ser “significativamente inferior à média da União Europeia (EU)”. Se, por um lado, os tempos imprevisíveis de prazo de entrega, as constantes ruturas de “stocks” e a insatisfação dos consumidores ainda deixa uma percentagem de portugueses apreensivos; por outro, também tem motivado as empresas a considerarem o investimento “online” como acessório, mantendo o “tradicional” espaço físico. Posto isto, para já, a discrepância entre a realidade portuguesa e a europeia parece estar para continuar. Recorde-se que, segundo a Comissão Europeia, apenas 44,8 por cento dos portugueses fazem compras “online”, número que fica aquém da média da UE, que se situa nos 72 por cento.